A analista política Cissa Bailey disse, em uma postagem no X-Twitter:

“Após Emmanuel Macron dizer que a prisão de Pavel Durov – criador e dono do Telegram – não ter nada a ver com a criminalização da liberdade de expressão, tivemos a divulgação das acusações a ele. São 12 acusações criminais. Está me cheirando a algo que conhecemos bem no Brasil: mostre-me o homem, que criamos os crimes.”

Recentemente escrevi, em artigo destinado a outra publicação, que

“a Comissão Europeia pedirá às operadoras continentais que bloqueiem a rede social X (Twitter), ou irá impor o total desmantelamento da plataforma na Europa – uma clara retaliação contra a liberdade de expressão defendida por Elon Musk, dono do X (…) e que está comprando briga com o governo do Reino Unido, dizendo que eles são um ‘estado policial’ após a prisão de pessoas por crime de opinião, conforme determinam as últimas resoluções do governo daquele país.”

E arrematei:

“Quando os líderes do mundo se unem para impedir a liberdade de expressão – taxada como ‘desinformação’ ou ‘discurso de ódio’ – o plano globalista torna-se claro. Já experimentamos isso de forma explícita – balão de ensaio desta ação de engenharia social – durante a ‘Peste Amarela’ onde, de forma inédita e absurda, pessoas eram presas ou processadas por discordar das orientações, tendenciosas e sem comprovação científica válida, emitidas (pela OMS)”.

Novamente vejo-me aqui, às voltas com a difícil missão de condensar em um breve artigo de análise acontecimentos que muito melhor caberiam em centenas de livros, ensaios, teses e (ajudasse-nos o bom Deus) processos e prisões para muitos líderes mundiais, como seja, a notória ascensão do autoritarismo em diversos países do mundo – sobretudo naqueles que, um dia, foram considerados verdadeiros exemplos de democracia e obediência constitucional.

Não se trata de “tempos confusos”, resultantes de uma pandemia. Igualmente, e menos ainda, se trataria de simples “coincidências”, advindas de problemas regionais destas nações.

Correndo o risco de ser visto como reles “teórico da conspiração”, arrisco-me a dizer que temos às nossas vistas um movimento mundial de convergência governamental para o autoritarismo, determinado pela infeliz Agenda 2030 da ONU e apressado pelo advento (e enorme poder) da internet e suas redes sociais – daí a persecução internacional às mesmas.

Tal como os governantes e suas intenções secretas foram pegos de surpresa pela ágora digital global, nós outros – os usuários e beneficiados pela mesma – igualmente encontramo-nos basbaques, surpresos com nossa própria força e ainda sem saber, ao certo, como agir e elaborar estratégias de defesa contra a clara ambição de uma governança global, pelos signatários 2030/ONU.

Pouco apuramos até o momento: frases de efeito como “você não terá nada e será feliz”, embora reflitam fielmente as pretensões feudais de tal agenda, nada significam diante da montanha de planos – elaborados ao menos há um século – de um sistema de governo que retrocederá a civilização aos dias de “servos da gleba”.

Se pouco ou nada posso revelar em meus escritos – e, menos ainda, nenhuma solução apontar – ao menos resta-me cumprir o dever de ser a garrafa de náufrago, portadora da mensagem de socorro e que espera, com fé em Deus, ser encontrada e vista como alerta, o aviso que ajude a resgatar civilizações e gentes de seu sombrio fim.

O mundo caminha a passos largos para o autoritarismo. A voz do povo nas redes sociais é vista como ameaça, pelos governantes. A classe média mundial é simplesmente “tolerada” – fenômeno considerado um aborto social – e fronteiras embaraçam comércios, lucros e o exercício pleno do poder não eleito, o poder econômico.

Eles estão agindo.

E nós?

 

WALTER BIANCARDINE
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Walter Biancardine foi aluno de Olavo de Carvalho, é analista político, jornalista (Diário Cabofriense, Rede Lagos TV, Rádio Ondas Fm) e blogger; foi funcionário da OEA – Organização dos Estados Americanos.
As opiniões do autor não reflectem necessariamente a posição do ContraCultura.