Hunter Biden aceitou 3.101.258 dólares do sócio romeno Gabriel Popoviciu para “influenciar agências governamentais dos EUA” quando o Presidente Joe Biden era vice-presidente, segundo afirmou o procurador especial David Weiss, na semana passada.

Apesar de todas as evidências materiais, Weiss, que é um procurador do regime Biden, não chegou a acusar Hunter de ter “coordenado indevidamente com a administração Obama”, nem conseguiu indiciá-lo por violações da Lei de Registo de Agentes Estrangeiros (FARA) em 2023, optando por indiciar o filho do Ppresidente por supostas violações fiscais, potenciais irregularidades que os republicanos afirmam ficarem muito aquém da justiça que devia ter sido feita.

Weiss ainda pode acusar Hunter de violar a FARA porque o seu acordo de confissão, que foi negociado para dar a Hunter imunidade total, volatilizou-se. O doce acordo que estava preparado para proteger Hunter do devido castigo judicial caiu por terra numa audiência prévia do julgamento por fuga ao fisco, e Weiss apresentou posteriormente acusações separadas de tráfico de armas e de fuga ao fisco em Delaware e na Califórnia, respectivamente. O julgamento referente às ilegalidades fiscais está marcado para Setembro.

O processo judicial refere que o Departamento de Justiça tenciona apresentar provas não só relacionadas com o parceiro de negócios romeno de Hunter, mas também com a CEFC China Energy Co. e a Burisma Holdings, duas entidades que pagaram milhões a Hunter quando o seu pai era vice-presidente. Mas ainda assim, o processo afirma:

“Estas evidências não incluirão provas de que o arguido exerceu actividades de lobbying em troca desta compensação. Pelo contrário, as provas mostrarão que o arguido não realizou quase nenhum trabalho em troca dos milhões de dólares que recebeu destas entidades”.

Eis um caso atípico, em que o procurador faz o trabalho do advogado de defesa.

Um dos maiores negócios de Hunter ocorreu quando membros da família Biden aceitaram dinheiro da CEFC China Energy Co, uma organização com laços estreitos com o Partido Comunista Chinês e Popoviciu. O Comité de Supervisão da Câmara revelou em 2023 que a CEFC controlava a State Energy HK Limited, uma empresa ligada a pagamentos 1,3 milhões de dólares aos membros da família Biden.

Entre os relatórios de actividades suspeitas da família Biden, o comité também descobriu que um associado de Hunter, Rob Walker, recebeu uma transferência electrónica de 3 milhões de dólares do CEFC. Por sua vez, quatro membros da família Biden – Hunter, James, Hallie e um “Biden” não identificado – receberam uma parte de 1,3 milhões de dólares dessa transferência de 3 milhões de dólares.

Hunter, que é supostamente advogado, também recebeu um honorário legal de 1 milhão de dólares em 2017 do presidente do CEFC, Ye Jianming. Além disso, foi presenteado por Ye com um diamante que tem um valor estimado de 80.000 dólares, em Fevereiro de 2017.

Por causa dos seus lindos olhos.

Em Abril de 2014, Hunter entrou para o conselho de administração da Burisma, apenas dois anos antes de Joe Biden ter declarado que forçou o despedimento do procurador Viktor Shokin que investigava a empresa. Apesar da total inexperiência de Hunter em assuntos ucranianos ou no sector da energia, a Burisma pagou-lhe 83 mil dólares por mês – ou um milhão de dólares por ano – poucas semanas depois do seu pai ter sido anunciado como a “pessoa indicada” para a política externa dos EUA em relação à Ucrânia.

Em 2015, a Burisma foi alvo de suspeitas de branqueamento de capitais e corrupção pública. Shokin investigou o caso antes de ser demitido – o que se deveu à pressão do então vice-presidente Joe Biden, que ameaçou reter mil milhões de dólares em ajuda dos EUA à Ucrânia se o governo ucraniano não demitisse o procurador que investigava a Burisma.

Em Dezembro do ano passado, Weiss indiciou Hunter por nove acusações fiscais, incluindo três crimes: por alegadamente não ter declarado impostos, por ter fugido a uma auditoria e por ter preenchido um formulário fraudulento.

A acusação alega que Hunter

“deliberadamente não pagou os seus impostos de 2016, 2017, 2018 e 2019 a tempo, apesar de ter acesso a fundos para pagar alguns ou todos esses impostos e, em vez disso, gastou milhões de dólares num estilo de vida extravagante”.

Os peritos jurídicos criticaram o âmbito da acusação de Weiss por três razões: Não acusou Hunter de ser um agente estrangeiro não registado, limitou a acusação à evasão fiscal, evitando o claríssimo caso de tráfico de influências (que implicaria Joe Biden), e acusou Hunter de evasão fiscal ocorrida apenas nos últimos anos.

Mesmo assim, Hunter poderia apanhar um máximo de 17 anos de prisão se fosse julgado e condenado num contexto judicial isento. No total, enfrenta 42 anos de prisão federal por nove condenações fiscais e três relacionadas com armas, das quais já foi considerado culpado, embora a sentença do caso das armas esteja marcada para Novembro – depois das eleições presidenciais.