O HuffPost está para o jornalismo como Justin Trudeau está para a democracia, mas, ainda assim, o órgão de propaganda democrata tem-se excedido nos patamares de vil profundidade a que consegue descer. Depois de sugerir, de forma que diríamos criminosa, que o Supremo Tribunal dos EUA tinha dado carta verde a Joe Biden para mandar assassinar Donald Trump, o mais niilista dos títulos da imprensa corporativa americana está agora a recomendar ao staff da campanha do senil Presidente que use tecnologias de Inteligência Artificial para disfarças as suas gritantes dificuldades cognitivas e discursivas.
Sim, é verdade:
De facto, o Huffington Post publicou este artigo na quarta-feira que literalmente pede que a campanha de Biden use IA para fazer vídeos falsos dele, parecendo e soando normal, num esforço desesperado – e fraudulento – para salvar sua candidatura.
O artigo, intitulado “It’s Time For The Biden Campaign To Embrace AI”‘ (“É hora da campanha de Biden abraçar a IA”), afirma:
“Após o péssimo desempenho do presidente no debate, ele observou que ‘pode não andar tão facilmente ou falar tão suavemente como costumava fazer’. A IA poderia ajudar nisso”.
E mais à frente:
“Dado o desempenho preocupante do presidente na semana passada, é hora de a campanha de Biden considerar o uso de inteligência artificial para alcançar efectivamente o público votante”.
O autor da peça, que parece um exercício de sátira mas é mesmo um caso sério de estupidez crónica e exuberante ciganice, alerta até para o que pode acontecer se a Casa Branca não acatar o seu sábio conselho:
“As consequências de não adoptar essa abordagem podem ser terríveis”.
O autor, Kaivan Shroff, não esconde que Biden está senil e que mal consegue falar, insistindo na solução milagrosa:
“Recursos de IA e renderizações de vídeo poderiam servir para suavizar esses solavancos, permitindo que a campanha de Biden disseminasse efectivamente informações verdadeiras”.
Portanto, o Sr. Shroff está a mesmo a sugerir que a equipa de Biden faça vídeos falsos em que o candidato fala perfeitamente e parece mais do que meio acordado, e os faça passar por reais para encorajar as pessoas a votarem nele para um segundo mandato como Presidente do país, quando na realidade o homem nem sequer consegue formar pensamentos coerentes ou funcionar durante 90 minutos por dia.
Incrível.
Mas há mais, porque Shroff não quer deixar nada por escrever sobre este assunto:
“A IA seria uma forma económica e eficiente de comunicar a sua mensagem personalizada directamente aos eleitores. Quantas vezes ouvimos eleitores e especialistas queixarem-se de que ‘Biden seria o candidato perfeito se fosse apenas 10 anos mais novo? Com a tecnologia moderna, este resultado exacto é possível”.
O polemista prossegue argumentando que a produção de vídeos falsos por sistemas de inteligência artificial IA seria uma solução óptima contra aqueles que partilham “falsificações baratas” de Biden a vaguear com um ar perdido e completamente fora de si “para o fazer parecer confuso ou fraco”.
A única questão aqui é, obviamente, que essas “falsificações baratas” são 100% factuais, conforme foi profusamente ilustrado no debate presidencial. Ninguém precisa de criar vídeos falsos para mostrar Biden a parecer confuso e fraco, porque ele é mesmo assim. E é o próprio autor do texto que, sem se aperceber da ironia, confirma o estado mental do Presidente, que se estivesse na plena posse das suas capacidades intelectuais não precisaria de ser ajudado por ferramentas de inteligência artificial.
Agora a sério: Quem é que deu um emprego a este mentecapto?
E se o estimado leitor acha impossível que Shroff baixe ainda mais a fasquia ética da sua prosa, é porque não avalia correctamente o HuffPost e a natureza psicopata dos seus redactores, porque o apparatchick é capaz até de argumentar que se a campanha de Biden criasse os seus próprios vídeos falsos, isso permitir-lhe-ia “responder rapidamente à desinformação”, proclamando pomposamente:
“Num mundo em que a desinformação se espalha de forma viral, muitas vezes através de conteúdo de vídeo de curta duração, ter a capacidade de produzir respostas polidas e articuladas em tempo real pode ser um factor de mudança”.
Nada combate a ‘desinformação’ como um vídeo falso produzido por algoritmos em que Biden fala de forma polida e articulada para alienação das massas.
Espantoso.
O autor desta obra prima da propaganda contemporânea está de tal forma convencido dos benefícios desta solução técnica, de tal forma convicto da justeza da sua posição, que nem foge à questão ética:
“Até agora, tem sido quase um dado adquirido que a utilização de representações do presidente feitas por IA violaria alguma base ética da campanha. Num mundo ideal, pode ser assim. No entanto, o que o debate da semana passada tornou claro é o quão longe de tal ideal está a nossa realidade actual. O maior imperativo moral e ético para aqueles que se preocupam com a democracia americana deveria ser manter o homem que tentou derrubá-la o mais longe possível da Casa Branca”.
Ora bem, cá estamos na última análise de que os liberais tanto gostam: Para ‘salvar a democracia’, vale tudo. Até falsificar vídeos com IA. Até matar o candidato de que não se gosta. Até roubar eleições.
Sim, para ‘salvar a democracia’ há que acabar com ela.
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