O denunciante do IRS, Gary Shapley, testemunhou, num depoimento divulgado em Junho, que lhe foi dito que “não podia continuar a investigar” o cúmplice de Hunter Biden e potencial testemunha no caso de fuga ao fisco do filho do Presidente Joe Biden, o advogado e produtor Kevin Morris, devido a pressões exercidas pela CIA.

O Contracultura noticiou pela primeira vez em Abril deste ano que um informador alegou que a CIA “bloqueou” uma entrevista do IRS com Morris, que forneceu milhões de dólares para pagar as dívidas fiscais do de Hunter Biden. Esse denunciante disse que a CIA “interveio para impedir a entrevista” com Morris em Agosto de 2021.

Previsivelmente, a CIA afirmou na altura que essas alegações eram falsas. James Catella, director do Escritório de Assuntos do Congresso da CIA, endereçou uma carta aos representantes Jim Jordan e James Comer que negava a notícia da Fox:

“Sem confirmar ou negar a existência de quaisquer associações ou comunicações, a CIA não impediu ou procurou impedir o IRS ou o Departamento de Justiça de conduzir qualquer entrevista desse tipo. A alegação é falsa. A CIA facilita o acesso do Departamento de Justiça a informações de segurança nacional no contexto de investigações e acções penais numa série de circunstâncias”.

Mas o recente depoimento de Shapley lançou mais luz sobre a suposta interferência de Langley na tentativa de entrevista com Morris.

Shapley disse nesse depoimento:

“Em Agosto de 2021, as discussões estavam em andamento dentro da equipa de investigação a Hunter Biden a respeito de testemunhas que precisavam de ser entrevistadas para promover a investigação. A procuradora assistente dos EUA Lesley Wolf disse-nos que ela e o procurador fiscal do DOJ Jack Morgan haviam retornado recentemente da sede da Agência Central de Inteligência em Langley, Virgínia, onde foram convocados para discutir Kevin Morris. Wolf afirmou que lhes foi dado um briefing confidencial em relação ao Sr. Morris e, como resultado, não podíamos continuar a persegui-lo como testemunha. Os investigadores sondaram a procuradora Wolf, mas como o seu briefing era confidencial, ela não forneceu mais informações. Wolf reiterou mais do que uma vez que tinham sido convocados para a CIA em Langley relativamente ao Sr. Morris e que, devido à informação fornecida, ele não podia ser testemunha da investigação”.

Shapley recordou que Wolf “referiu orgulhosamente uma caneca da CIA e afirmou que tinha comprado alguns artigos da CIA na loja de recordações enquanto lá esteve” e acrescentou:

“Não é claro como é que a CIA teve conhecimento de que Morris era uma potencial testemunha na investigação de Hunter Biden e porque é que os agentes não foram informados da reunião com antecedência ou convidados a participar. É um desvio dos processos normais de investigação o facto de os procuradores excluírem os investigadores de reuniões importantes como esta.”

Morris emprestou a Hunter Biden um total de 6,5 milhões de dólares. O advogado, que foi intimado a depor no âmbito do inquérito de destituição ao Presidente Joe Biden, disse que emprestou a Hunter pelo menos 5 milhões de dólares, numa primeira fase e 1,5 num segundo momento, para que este começasse a pagar as suas obrigações fiscais. Morris e o seu advogado estavam a fazer estimativas durante a entrevista, e prometeram dar informação mais precisa dos valores exactos em causa.

Hunter Biden deveria reembolsar o empréstimo, acrescido de juros, com prestações de 500.000 dólares pagas a partir de 1 de Outubro de 2026.

O conselheiro especial David Weiss acusou Hunter Biden de três crimes e seis contra-ordenações por 1,4 milhões de dólares em impostos devidos que, entretanto, já foram pagos.

Weiss acusou Hunter em Dezembro do ano passado, alegando um “esquema de quatro anos” em que o filho do presidente não pagou os seus impostos, entre Janeiro de 2017 e Outubro de 2020, ao mesmo tempo em que apresentava relatórios fiscais falsos.

Hunter Biden declarou-se inocente de todas as acusações. O julgamento está marcado para 5 de Setembro.

A propósito desta interferência da agência de inteligência norte-americana no processo, há agora quem suspeite que Hunter Biden é um activo da CIA, fornecendo informações confidenciais aquando do desempenho de funções no conselho de administração da Burisma, a energética ucraniana que o contratou e subornou na expectativa de contrair favores da administração Obama, de que Joe biden era vice-presidente.

Neste contexto, a família Biden é suspeita de ter arrecadado 5 a 10 milhões de dólares em subornos.