A União Europeia (UE) impôs sanções ao site de notícias Voice of Europe e a dois empresários associados, segundo anunciaram as autoridades na segunda-feira. As sanções alargam as penas inicialmente impostas pela República Checa, que alega que o site divulga propaganda russa.

As medidas adoptadas afectarão Viktor Medvedchuk e Artem Marchevskyi, bem como a empresa sediada em Praga que gere o site. As sanções incluem o congelamento de bens e a proibição de viajar.

Em Março, a República Checa acusou Medvedchuk de financiar o Voice of Europe. Medvedchuk é um empresário pró-Kremlin e antigo legislador ucraniano exilado na Rússia em 2022, no âmbito de um acordo de troca de prisioneiros. Desde então, foi-lhe retirada a cidadania ucraniana.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros checo indicou que o cidadão ucraniano-israelita Artem Marchevskyi liderou as operações do Voice of Europe sob a direcção de Medvedchuk, afirmando:

“Viktor Volodymyrovych Medvedchuk utiliza a plataforma mediática da Voz da Europa para uma operação de influência russa destinada a minar a integridade territorial, a soberania e a liberdade da Ucrânia”.

Nas sanções que decretou em Março, a República Checa visou a empresa sediada em Praga que gere o site editorial. O país alegou que este estava a ser utilizado para propagar a influência russa antes das eleições parlamentares europeias de Junho.

O Conselho da UE acusou o Voice of Europe e as suas contas nas redes sociais de disseminarem desinformação sobre a Ucrânia e de promoverem “falsas narrativas pró-Kremlin”.

Num artigo não assinado, a publicação “rejeitou categoricamente” as acções da UE, argumentando que as autoridades europeias estavam a tentar sufocar a liberdade de expressão e a obscurecer a situação real na Europa.

A UE tem-se tornado cada vez mais hostil à liberdade de expressão. O bloco mobilizou um esquema de censura em massa ntes das eleições deste mês e revelou recentemente planos para a vigilância em massa de conversas privadas online.

A “Lei Europeia da Liberdade de Imprensa“, promovida por Bruxelas como uma iniciativa legislativa para proteger os jornalistas, a sua liberdade e o pluralismo da imprensa, mas que objectiva exactamente o oposto, constitui um exercício de double speak que envergonharia o ‘Grande Irmão’ de Orwell, mas que é deveras característico dos poderes corporativos que se cristalizaram no Ocidente do século XXI.

O Parlamento Europeu aprovou em Janeiro mais um alargamento draconiano do conceito de “discurso de ódio”, agravando o crime de opinião.

A campanha de Ursula von der Leyen, que visa a sua permanência como líder não eleita da Comissão Europeia, inclui uma acção preventiva sem precedentes contra o pensamento errado. E um “escudo” que proteja as elites do livre arbítrio das massas.

O Voice of Europe passará a constar da lista de fontes do ContraCultura. Aconselhamos vivamente uma visita a este site, cujo único pecado é o de recusar as narrativas mainstream do Ocidente.

Talvez seja importante sublinhar que à luz deste critério da União Europeia, o ContraCultura seria também alvo de sanções, se tivesse expressão para incomodar os fascistas de Bruxelas.