O júri de doze pessoas que se sentou para julgar o ex-Presidente Donald J. Trump no caso dos pagamentos feitos à actriz de filmes pornográficos Stormy Daniels, e à antiga modelo da Playboy Karen McDougal, durante a campanha eleitoral de 2016, pronunciou um veredicto de culpado em todas as 34 acusações de falsificação de registos comerciais.
O julgamento, que teve início a 22 de Abril e decorreu até terça-feira passada, contou com dezassete dias de depoimentos de testemunhas e argumentos. O Procurador Alvin Bragg, que apresentou as 34 acusações criminais contra o antigo Presidente, baseou grande parte do seu caso no testemunho do advogado caído em desgraça Michael Cohen.
Com o veredicto de culpado, o antigo Presidente poderá enfrentar mais de 130 anos de prisão. No entanto, o juiz Merchan pode ordenar que Trump seja colocado em liberdade condicional ou em prisão domiciliária – embora mesmo assim a sentença possa ser suspensa enquanto se aguarda o recurso. A audiência para a sentença foi marcada para 11 de julho, apenas quatro dias antes da Convenção Nacional Republicana.
Considerando porém que este juiz deu provas, durante todo o processo, de ser tudo menos imparcial, ilustrando claramente a corrupção que grassa no aparelho judicial americano, todas as possibilidades estão em aberto e não é de descartar o cenário do candidato republicano às presidenciais de Novembro assistir ao desenrolar das eleições na prisão.
Um crime que ficou por esclarecer.
Ao longo do último mês, os jurados ouviram um rol de personalidades dos meios de comunicação social e da cena política de Nova Iorque, incluindo David Pecker, o antigo director executivo da American Media, Inc. e editor do National Enquirer; a actriz pornográfica e apresentadora de filmes para adultos Stormy Daniels; o advogado de Hollywood Keith Davidson e o advogado Michael Cohen, que foi expulso da Ordem dos Advogados e considerado “perverso” e um mentiroso crónico por um juiz federal. Outras testemunhas incluíram várias figuras da organização e da campanha presidencial de Trump de 2016.
Todo o caso de Bragg foi construído com base em fundamentos juridicamente duvidosos, uma vez que cada um dos 34 crimes de falsificação de registos comerciais é geralmente considerado como uma contravenção em Nova Iorque e tem um prazo de prescrição de dois anos. No entanto, o Ministério Público de Manhattan alegou que a criação dos registos falsos foi feita no acto de cometer outro crime – embora os procuradores nunca tenham esclarecido qual era esse crime, aludindo a uma infracção de financiamento de campanha da Comissão Eleitoral Federal, a uma vaga acusação de “interferência nas eleições de 2016” e a um crime fiscal federal. Estas infracções, que de qualquer forma ficaram por provar, são crimes federais, mas não foram perseguidas pelo Departamento de Justiça de Biden.
Perseguição judicial.
Desde o início, ficou claro que a acusação do ex-presidente Trump fazia parte de uma campanha mais ampla de perseguição judicial do regime Biden para interferir nas eleições presidenciais de 2024. Matthew Colangelo, um ex-advogado do Departamento de Justiça, deixou a sua lucrativa carreira no sector privado para trabalhar como procurador assistente de Bragg, especificamente para o caso Trump. Enquanto era procurador federal, Colangelo envolveu-se numa série de campanhas de guerrilha judicial politicamente tendenciosas contra grupos conservadores e legisladores republicanos que remontam a 2011.
Joe Biden aplaudiu publicamente a acusação de Bragg – dando ainda mais crédito às acusações de que a Casa Branca orquestrou todo o processo.
Um juiz tendencioso.
O juiz Juan Merchan, que presidiu ao julgamento, recusou retirar-se do caso, apesar de uma montanha de provas que mostram que ele tinha conflitos pessoais que o impossibilitariam de comportar-se imparcialmente. Tanto ele como a sua filha, Loren Merchan, estão alinhados com políticos democratas locais e nacionais e grupos de interesse anti-Trump, tendo doado dinheiro para organizações de esquerda radical durante anos a fio.
As preocupações com as motivações e a parcialidade do juiz Merchan culminaram com um relatório do National Pulse que revelou que um cliente de Loren Merchan, o congressista Daniel Goldman (D-NY), tinha preparado a testemunha principal da acusação, Michael Cohen, para o seu contra-interrogatório.
A impossibilidade de fazer justiça.
Entretanto, Cohen admitiu no banco das testemunhas ter roubado mais de 60.000 dólares da organização Trump. Além disso, não foi capaz de corroborar a sua história relativamente a uma chamada telefónica entre ele e o ex-Presidente, em que este terá confirmado o pagamento de qualquer verba a Stormy Daniels. O advogado pode também ter cometido perjúrio novamente quando estava a depor.
A credibilidade de Cohen como testemunha era tão fraca que até o juiz Merchan reconheceu nas instruções do júri que, se um jurado considerasse que Cohen tinha mentido no banco dos réus, deveria ignorar todo o seu testemunho.
Apesar do caso duvidoso de Bragg, do testemunho desastroso de Cohen e de Davidson e Daniels terem praticamente admitido que conspiraram para extorquir dinheiro a Trump, o júri demorou apenas 10 horas a chegar ao veredicto.
Porque julgar Trump em Manhattan, nos dias que correm, é o mesmo que julgar Putin em Kiev. Dificilmente será feita justiça.
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