O antigo chefe da Mossad, Yossi Cohen, terá ameaçado um procuradora do TPI que investigava crimes de guerra cometidos por Israel, dizendo-lhe: “Não te queres meter em coisas que possam comprometer a tua segurança ou a da tua família”.
O antigo chefe da Mossad, a agência de espionagem estrangeira de Israel, terá ameaçado uma procuradora-chefe do Tribunal Penal Internacional numa série de reuniões secretas em que tentou pressioná-la a abandonar a investigação de crimes de guerra cometidos pelos sionistas.
Os contactos secretos de Yossi Cohen com a então procuradora do TPI, Fatou Bensouda, tiveram lugar nos anos que antecederam a sua decisão de abrir uma investigação formal sobre alegados crimes de guerra e crimes contra a humanidade nos territórios palestinianos ocupados.
Absolutely incredible article, revealing that the head of Mossad personally threatened the physical safety of the ICC prosecutor and her family: “You don’t want to be getting into things that could compromise your security or that of your family.”https://t.co/xustHwsQdh
— Arnaud Bertrand (@RnaudBertrand) May 28, 2024
Essa investigação, iniciada em 2021, culminou na semana passada quando o sucessor de Bensouda, Karim Khan, anunciou que solicitou um mandado de captura para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, devido à conduta do país na guerra em Gaza.
A decisão do procurador de solicitar à câmara de pré-julgamento do TPI mandados de captura para Netanyahu e para o seu ministro da defesa, Yoav Gallant, juntamente com três líderes do Hamas, é um resultado que o establishment militar e político de Israel há muito temia.
O envolvimento pessoal de Cohen na operação contra o TPI teve lugar quando ele era director da Mossad. Segundo um alto funcionário israelita, as suas actividades foram autorizadas a alto nível e justificadas com base no facto de o tribunal representar uma ameaça para as altas patentes militares sionistas.
Outra fonte israelita informada sobre a operação contra Bensouda disse que o objectivo da Mossad era comprometer a procuradora de forma a que cooperasse com as exigências de Israel.
Uma terceira fonte familiarizada com a operação disse que Cohen estava a agir como “mensageiro não oficial” de Netanyahu.
Cohen, que era um dos aliados mais próximos de Netanyahu na altura e que está a emergir como uma força política por direito próprio em Israel, liderou pessoalmente o envolvimento da Mossad numa campanha de quase uma década do país para minar o tribunal.
Quatro fontes confirmaram que Bensouda tinha informado um pequeno grupo de altos funcionários do TPI sobre as tentativas de Cohen para a influenciar, no meio de preocupações sobre a natureza cada vez mais persistente e ameaçadora do seu comportamento.
Três dessas fontes estavam familiarizadas com as revelações formais de Bensouda ao TPI sobre o assunto. Disseram que Bensouda revelou que Cohen a tinha pressionado em várias ocasiões para que não prosseguisse com a investigação criminal.
De acordo com os relatos partilhados pelos funcionários do TPI, Cohen terá dito à mulher:
“Devias ajudar-nos e deixar-nos tratar de ti. Não te queres meter em coisas que possam comprometer a tua segurança ou a da tua família”.
Uma pessoa informada sobre as actividades de Cohen disse que este utilizou “tácticas desprezíveis” contra Bensouda como parte de um esforço, falhado, para a intimidar e influenciar. O seu comportamento foi comparado a uma “perseguição”.
A Mossad também se interessou pelos membros da família de Bensouda e obteve transcrições de gravações secretas do seu marido, de acordo com duas fontes com conhecimento directo da situação. Os funcionários israelitas tentaram então utilizar esse material para desacreditar a procuradora.
No mês passado, um grupo de senadores republicanos dos EUA financiados pela AIPAC enviou uma carta ameaçadora ao actual procurador principal do TPI, Karim Khan, dizendo-lhe:
“Aponte para Israel e nós apontamos para si”.
O senador democrata Chris Van Hollen, de Maryland, denunciou a carta numa declaração aos meios de comunicação social, dizendo:
“Não há problema em manifestar oposição a uma eventual acção judicial, mas é absolutamente errado interferir numa questão judicial ameaçando com represálias os funcionários judiciais, os seus familiares e os seus empregados. Este tipo de violência é próprio da máfia, não de senadores americanos”.
Parece que estavam apenas a seguir os passos – ou talvez a receber ordens directas – da Mossad.
Recorde-se que uma equipa de “antigos” agentes da Mossad também terá trabalhado com o magnata de Hollywood Harvey Weinstein para espiar e intimidar as suas acusadoras, levando-as ao silêncio.
Cambada de bandidos, todos.
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