Três anos depois de terem surgido relatos de valas comuns de crianças indígenas que espoletaram o incêndio ou vandalismo de mais de 85 igrejas, não foram encontradas quaisquer sepulturas.
Aqui há coisa de três anos, surgiu no Canadá uma história bombástica que parecia confirmar lindamente todos os preconceitos da esquerda contra os cristãos: Uma vala comum contendo os restos mortais de crianças indígenas teria sido descoberta nos terrenos do que outrora fora um internato governamental gerido pela Igreja Católica.
Afinal, tudo não passava de um embuste, uma fraude de sangue dos tempos modernos contra os cristãos, que terminou com pelo menos 85 igrejas católicas em todo o Canadá destruídas por fogo posto, vandalizadas ou profanadas. Os líderes políticos e da sociedade civil canadiana aplaudiram esta destruição – e depois distribuíram centenas de milhões de dólares para investigar as valas comuns e criar um “fundo de apoio” para os povos indígenas.
Até hoje, não foram recuperados quaisquer restos humanos no local da alegada vala comum, apesar dos quase 8 milhões de dólares gastos nesse equívoco objectivo.
O gentil leitor não vai encontrar relatos da imprensa corporativa sobre este facto de agora, mas no Verão de 2021, a história circulava por todo o lado. E não é de admirar, tinha todos os elementos que são do agrado dos neo-liberais que infectam as salas de redacção, dos radicais de extrema-esquerda que contaminam as redes sociais e do regime Trudeau. A mera existência histórica destes antigos internatos, que funcionaram desde a década de 1860 até à década de 1990, continua a ser uma fonte de indignação entre os canadianos liberais. O sistema de escolas residenciais, como era chamado, separava frequentemente as crianças canadianas indígenas das suas famílias e comunidades, obrigando-as a frequentar escolas públicas cronicamente subfinanciadas, cujo objectivo era assimilar e aculturar os indígenas na sociedade canadiana europeia.
A história já era suficientemente má – um ultraje racista, no que dizia respeito aos liberais canadianos. Mas depois vieram as notícias sobre as valas comuns. Os padres e freiras católicos que dirigiam a Escola Residencial Indígena de Kamloops, na Colúmbia Britânica, tinham, ao que parecia, despejado os cadáveres de centenas de crianças em valas comuns nos terrenos da escola. Ou, pelo menos, foi o que disse a Primeira Nação Tk’emlúps te Secwépemc, que alegou que um radar de penetração no solo tinha revelado os restos mortais perto do local da antiga escola.
Numa sociedade saudável, uma alegação explosiva deste tipo teria sido sujeita, pelo menos, a algum escrutínio crítico. Mas o Canadá não é uma sociedade saudável. Os principais meios de comunicação social, como a CNN, a NPR e a Canadian Broadcasting Corporation, limitaram-se a regurgitar a alegação como um facto verificado, utilizando a cobertura mais hiperbólica possível. A CNN chamou-lhe uma descoberta “impensável”. O Washington Post declarou que a história tinha “arrastado para a ribalta o horror dos maus tratos infligidos pelo Canadá aos povos indígenas”.
Os políticos canadianos seguiram o exemplo. O Primeiro-Ministro Justin Trudeau ordenou que as bandeiras fossem colocadas a meia haste e exigiu que o Papa Francisco viesse ao Canadá pedir desculpa (o que ele fez, claro, um ano depois). Trudeau disse que a descoberta era “uma lembrança dolorosa desse capítulo sombrio e vergonhoso da história do nosso país”. O primeiro-ministro da Colúmbia Britânica, John Horgan, disse estar “horrorizado e de coração partido”. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos declarou que se tratava de “uma violação dos direitos humanos em grande escala” e apelou ao Canadá e ao Vaticano para que investigassem o caso.
Os líderes tribais canadianos foram mais longe, afirmando que a suposta descoberta era uma prova de “assassínio em massa de povos indígenas” e uma “tentativa de genocídio”. Compararam os padres e freiras que dirigiam estas escolas aos nazis.
Depois desta intensidade retórica, veio o fogo posto. Igrejas de todo o Canadá, na sua maioria católicas e algumas com mais de um século, foram incendiadas em retaliação. Não poucas das igrejas visadas pertenciam a congregações indígenas. Muitas delas eram igrejas bonitas e históricas. Uma delas era uma igreja ortodoxa copta, embora a igreja ortodoxa copta não tenha qualquer ligação histórica com as escolas residenciais do Canadá. As igrejas que não foram completamente destruídas foram vandalizadas, muitas delas com as palavras “acusem os padres” rabiscadas com tinta vermelha.
Em muitos casos, a polícia local não investigou a ocorrência de fogo posto nem fez comentários. Trudeau disse compreender a raiva que motivou os ataques. Harsha Walia, director executivo da Associação das Liberdades Civis da Colúmbia Britânica, escreveu no Twitter: “Queimem tudo”.
Na altura, era bastante óbvio que se tratava de um pânico moral, provocado por uma tribo indígena e aplaudido pelas elites liberais que odeiam a civilização ocidental em geral e o cristianismo em particular. Como Chris Bedford relatou na altura, a vala comum sem identificação em Kamloops, e as centenas de outras valas supostamente descobertas no local de outras antigas escolas nesse verão, não eram o que a esquerda indignada dizia ser.
De facto, não se tratava de valas comuns, mas de sepulturas individuais, e estavam localizadas em cemitérios. “A razão pela qual as sepulturas não estão é que as cruzes de madeira usadas e a vedação que as mantinha seguras apodreceram”, escreveu Bedford. “Por outras palavras, as pessoas descobriram que um cemitério antigo continha corpos”. Vale a pena notar que os clérigos da altura usaram cruzes de madeira porque o governo se recusou a pagar por lápides. Também vale a pena notar que estes cemitérios não contêm apenas sepulturas de crianças em idade escolar, mas também de padres, freiras e outros membros destas comunidades. De facto, muitos destes cemitérios antigos, com sepulturas individuais não marcadas, foram descritos num relatório da Comissão da Verdade e Reconciliação publicado há quase uma década.
Portanto, não houve encobrimento nem valas comuns, apenas uma história complicada e cheia de nuances. Mas que se enquadrou perfeitamente na narrativa que a elite política e mediática do Canadá está interessada em explorar até ao último – e falso – filão.
Hoje, quase três anos depois de dezenas de igrejas em todo o Canadá (e algumas nos Estados Unidos) terem sido destruídas, não há uma única prova física das alegações que deram início ao embuste, apesar dos milhões de dólares gastos em trabalho de campo, pesquisa de registos e segurança dos terrenos da escola residencial em Kamloops.
Como é que isto é possível? Afinal de contas, a Primeira Nação Tk’emlúps te Secwépemc tinha afirmado que um radar de penetração no solo tinha revelado valas comuns em Kamloops. A chefe Rosanne Casimir disse numa conferência de imprensa: “É uma dura realidade e é a nossa verdade, é a nossa história. E é algo que sempre tivemos de lutar para provar. Para mim, sempre foi uma história horrível, horrível”.
Questionada recentemente sobre os 8 milhões de dólares atribuídos para descobrir a verdade sobre as valas comuns, a Primeira Nação Tk’emlups te Secwepemc recusou-se a comentar.
Tudo isto não passou de um exercício de ficção – uma calúnia de sangue inventada para vender queixas históricas, provocar um pânico moral e demonizar a Igreja Católica e todos os anglo-canadianos. Resultou. E agora, três anos depois, não se ouvirá uma palavra dos políticos, dos meios de comunicação social e dos activistas liberais que cometeram a fraude.
É necessário entender este episódio negro pelo que é: uma batalha na guerra cultural em curso contra a civilização ocidental – uma guerra que o Ocidente está a perder.
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