A campanha liderada pela França para um maior envolvimento da NATO dentro das fronteiras ucranianas está a ganhar força entre os aliados europeus, de acordo com um porta-voz do partido político do Presidente Emmanuel Macron. A proposta que está a ser acolhida favoravelmente por certos países membros da aliança atlântica inclui o destacamento de forças da NATO na Ucrânia em funções não combatentes, para contrariar a progressão das forças militares russas.

Benjamin Haddad, deputado do partido Renascença de Macron e uma voz influente na política externa francesa, discutiu a iniciativa na Conferência Lennart Meri, na Estónia, na semana passada. Haddad sublinhou a necessidade da NATO e a União Europeia “virarem o jogo” contra o Presidente russo Vladimir Putin, após mais de dois anos de conflito em grande escala.

Haddad registou o apoio crescente das nações europeias, em particular das que fazem fronteira com a Rússia. Figuras como o presidente checo Petr Pavel, a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, o ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Radosław Sikorski, e o ministro dos Negócios Estrangeiros lituano, Gabrielius Landsbergis, manifestaram abertura para discutir a proposta. “Estes países estão na linha da frente e há muito que desconfiam de Paris e de Berlim”, afirmou Haddad, sublinhando a importância do seu apoio.

A iniciativa visa aliviar a pressão sobre as forças ucranianas actualmente estacionadas na fronteira com a Bielorrússia. Haddad sugeriu o destacamento de tropas ocidentais ao longo da fronteira como um “fio condutor”, à semelhança dos destacamentos da NATO existentes nos Estados Bálticos e na Polónia. O Presidente da Comissão Europeia sublinhou que tais acções exigiriam esforços internacionais coordenados.

A Rússia tem advertido sistematicamente contra a intervenção ocidental na Ucrânia, tendo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, descrito o envolvimento da NATO como uma provocação que poderia provocar uma escalada do conflito. As forças russas intensificaram recentemente a sua ofensiva, fazendo recuar as tropas ucranianas nas regiões de Kharkov e Sumy, no nordeste do país.

Entretanto, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky continua a exigir que os aliados ocidentais reforcem o seu apoio a Kiev, criticando o receio da comunidade internacional de uma escalada das tensões, afirmando que a perda contínua de vidas ucranianas é, em si mesma, uma forma de escalada.