O senador Lindsey Graham (R-SC) exortou Israel a “fazer o que for preciso” para acabar com a guerra em Gaza, tal como os EUA acabaram com a guerra com o Japão bombardeando Hiroshima e Nagasaki.

Em declarações ao programa Meet the Press, da NBC News, Graham afirmou:

“Este é o Mês da Memória do Holocausto, por amor de Deus! Devemos apoiar inequivocamente Israel!”

E acrescentou, para espanto de qualquer pessoa de bem:

“Quando fomos confrontados com a destruição como nação depois de Pearl Harbor, lutando contra os alemães e os japoneses, decidimos terminar a guerra com o bombardeamento de Hiroshima e Nagasaki com armas nucleares. Essa foi a decisão certa. Dêem a Israel as bombas de que precisa para acabar com a guerra. Eles não podem dar-se ao luxo de perder”.

 

 

Questionado pela moderadora Kristen Welker sobre a razão pela qual não houve problema no facto do Presidente Ronald Reagan recusar certas armas a Israel durante a guerra no Líbano na década de 1980, mas é agora problemático que Biden possa fazê-lo, Graham voltou a referir a Segunda Guerra Mundial e a solução nuclear para acabar com o conflito:

“Posso dizer isto? Porque é que a América não teve problemas em lançar duas bombas nucleares sobre Hiroshima e Nagasaki para acabar com a sua ameaça existencial da guerra? Por que é que não houve problema quando fizemos isso isso? Penso que não houve problema. Por isso, Israel que faça o que tiver de fazer para sobreviver como Estado judeu. Façam o que tiverem de fazer!”.

Welker ripostou, dizendo a Graham que certos oficiais militares dos EUA dizem que a tecnologia mudou muito desde a Segunda Guerra Mundial, um ponto que ela já tinha feito anteriormente na entrevista. Graham respondeu assim:

“Sim, esses oficiais militares de que está a falar só dizem tretas”.

Esta é a mesma defesa bizarra de Israel que o general Mark Milley fez no início da semana, com o seu argumento confessional de que os EUA

“também massacraram pessoas inocentes em grande número”.

Portanto, a ideia é: Como os americanos mataram centenas de milhares de japoneses civis com duas bombas atómicas para acabar com a guerra no Pacifico, os sionistas também podem fazer o mesmo em Gaza.

 

 

Para além do paralelismo moralmente aberrante, as duas circunstâncias são, obviamente, incomparáveis.

Há apenas alguns meses, Graham disse que não votaria para dar a Israel “um cêntimo” até que a fronteira dos Estados Unidos estivesse segura, mas depois votou a favor do pacote de doações de 95 mil milhões de dólares divididos entre Israel e a Ucrânia, que incluía zero dólares para garantir a segurança fronteiriça da federação.

Agora está a exigir que os EUA enviem a Israel uma quantidade infinita de armas e a encorajá-los a considerar a utilização de engenhos nucleares.

É por estas e por outras que o Contra argumenta: Os EUA, com particular incidência em Washington e no Capitólio, é o verdadeiro eixo do mal dos tempos que correm ensandecidos.