O Fundo Monetário Internacional(FMI) prevê que o crescimento económico russo ultrapasse o de qualquer outra nação avançada em 2024.

De acordo com os dados da instituição, a economia russa vai crescer a a uma taxa de 3,2%. Entretanto, os Estados Unidos deverão atingir apenas 2,7%, enquanto o Banco de Portugal prevê um crescimento de 2% do PIB nacional. Nem uma única nação, entre as que são tipicamente consideradas com potências económicas da Europa, deverá ultrapassar 1% de crescimento. O Reino Unido deverá atingir apenas 0,5%, a França 0,7% e a Alemanha 0,2%

Tendo em conta o regime de sanções decretadas em resposta à invasão da Ucrânia em Fevereiro de 2022, que visava travar o comércio russo e estrangular a sua economia, a projeçcão de um elevado crescimento económico do país é, no mínimo, frustrante para o bloco ocidental.

De acordo com as autoridades russas, essas sanções são até parcialmente responsáveis pela projecção de elevado crescimento. O Kremlin tem afirmado que as restrições económicas tornaram as suas indústrias nacionais mais eficientes e sobretudo, auto-suficientes. Além disso, a Rússia insiste que a taxa de consumo e de investimento dos seus cidadãos permanece estável, o que também contribuiu para os seus ganhos económicos.

O FMI acredita que a taxa de crescimento do país diminuirá para 1,8% em 2025. Este declínio ocorrerá

“à medida que os efeitos do investimento elevado e do consumo privado robusto, apoiados pelo crescimento dos salários num mercado de trabalho competitivo, se desvanecerem”.

A Directora-Geral do FMI, Kristalina Georgieva, disse a propósito das projecções económicas para a Rússia, durante uma entrevista à CNBC em Fevereiro deste ano:

“O que os dados sobre o crescimento russo nos dizem é que se trata de uma economia de guerra em que o Estado – que, recorde-se, tinha uma reserva muito considerável, construída ao longo de muitos anos de disciplina fiscal – está a investir nesta economia de guerra”.

Pois sim. Mas factos são factos e a economia russa está a crescer a bom ritmo, tendo até ultrapassado a Alemanha, o Reino Unido e a França em paridade do poder de compra, que em princípio é um indicador que pouco tem a ver com a “economia de guerra”.

Como o ContraCultura já noticiou, as sanções a Moscovo só contribuíram para empobrecer a Europa e os EUA e enriquecer países terceiros como a Índia, que num chorudo esquema de intermediação, compra e refina o petróleo russo para o vender, muito mais caro, aos asnos ocidentais.