Uma pista de áudio em que, alegadamente, oficiais alemães discutem um ataque à Ponte da Crimeia foi entregue por autoridades de segurança russas à editora-chefe da RT, Margarita Simonyan.
A gravação de 40 minutos regista uma conversa em alemão entre quatro pessoas que supostamente ocupam cargos de alto escalão na Bundeswehr, as forças armadas da Alemanha. Uma das pessoas gravadas no ficheiro áudio é supostamente o General Ingo Gerhartz – comandante da Força Aérea alemã.
A gravação revela uma discussão sobre a eficiência do míssil ar-terra de longo alcance Taurus, arma que será em breve entregue a Kiev pelo bloco ocidental.
Moscovo vai exigir uma explicação de Berlim sobre os supostos planos de ajudar os ucranianos a atacar a Ponte da Crimeia e outros alvos, segundo afirmaram altas autoridades russas na sexta-feira.
A editora-chefe da RT, Margarita Simonyan, publicou uma transcrição da conversa, identificando os participantes como o chefe da força aérea alemã (Luftwaffe), general Ingo Gerhartz, e o vice-chefe do Estado-Maior para operações, brigadeiro-general Frank Graefe, entre outros. Logo depois, Simonyan também publicou a pista integral de áudio da discussão, com 38 minutos de duração, em alemão, na sua conta do Telegram.
Os oficiais discutiram os detalhes operacionais e de direcionamento dos mísseis de longo alcance Taurus que a Alemanha está a pensarr enviar para a Ucrânia, como se isso já tivesse sido acordado – e como manter uma negação plausível para que a Alemanha pudesse evitar cruzar a “linha vermelha” do envolvimento directo.
Gerhartz mencionou vários “truques” que a Luftwaffe poderia usar, incluindo contar com “muitas pessoas [na Ucrânia] à paisana que falam com sotaque americano”, mas Graefe insistiu que “não há linguagem que nos torne parte do conflito.”
Outros oficiais falaram sobre fornecer aos ucranianos os mísseis e o treino para usá-los, bem como as informações de direccionamento por satélite, possivelmente através da Polónia.
Os alemães notaram a obsessão dos ucranianos pela Ponte da Crimeia se deve principalmente a razões políticas, admitindo que a ponte é robusta o suficiente para que nem mesmo 20 mísseis seja capazes de destruí-la. Os cerca de 50 mísseis que Berlim poderá fornecer a Kiev “não mudarão o curso da guerra”, segundo reconheceu o próprio Gerhartz.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou a este propósito:
“Exigimos uma explicação da Alemanha. Berlim oficial deve fornecê-la imediatamente. As tentativas de evitar a questão serão consideradas uma admissão de culpa”.
O ministro dos negócios estrangeiros russo, Sergey Lavrov, disse que a NATO estava embaraçada devido à gravação, observando que os oficiais alemães sabiam perfeitamente que estavam a discutir um envolvimento directo, como evidenciado pelas tentativas de disfarçá-lo ou ocultá-lo, e destacou o segmento em que se fala sobre os americanos que operam na Ucrânia.
O presidente da Duma, Vyacheslav Volodin, disse que a legislatura abordará a gravação quando se reunir novamente em 11 de Março, acrescentando que o assunto “merece a discussão mais séria” e que Moscovo certamente vai “exigir que o Bundestag conduza uma investigação”.
Dmitry Medvedev, o ex-presidente russo, afirmou entretanto:
“Os alemães transformaram-se mais uma vez em arqui-inimigos da Rússia. Basta ver quão minuciosamente e com que detalhe os Krauts estão a discutir ataques com mísseis de longo alcance no nosso território, e a escolher os alvos e as formas mais viáveis de prejudicar a nossa Pátria e o nosso povo.”
Quando questionado sobre a gravação e a transcrição na sexta-feira, o Pentágono recusou-se a comentar, recomendando aos repórteres americanos que inquirissem as chefias militares alemãs.
Ainda tem esta gente a desfaçatez de dizer que é Putin que deseja a terceira guerra mundial.
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