Deus é grande e não dorme: A Vice Media vai deixar de publicar no Vice.com, talvez a mais infame publicação online norte-americana, e vai reduzir centenas de postos de trabalho, no contexto de uma espiral de morte dos principais meios de comunicação social norte-americanos.

Segundo um memorando interno, o diretor da Vice Media, Bruce Dixon, anunciou planos para despedir várias centenas de empregados e cessar a publicação de conteúdos no Vice.com. A medida surge após uma tentativa infrutífera do proprietário Fortress de vender a editora digital em dificuldades e as suas marcas associadas.

A empresa afirma estar a passar por uma transição para um “modelo de estúdio”, e espera-se que os funcionários afectados sejam informados sobre os próximos passos no início desta semana. A Refinery29, outra marca de media sob a propriedade da Vice, continuará a funcionar de forma independente, concentrando-se na publicação digital diversificada. Dixon mencionou discussões em curso sobre a venda desta marca.

Não admira que a Vice.com tenha falecido, na medida em que este era o género de jornalismo que produzia:

 

 

Por incrível que possa parecer, a Vice já chegou a valer cinco ou seis mil milhões de dólares. Considerem a profundidade abismal deste facto, durante uns segundos.

Mas nos últimos tempos, os apparatchiks residentes começaram a ficar preocupados com o potencial encerramento do site de notícias aberrantes (ou falsas). Apesar dos pedidos de informação do editor executivo da Vice News, Josh Visser, não houve qualquer resposta oficial da empresa. O The Hollywood Reporter revelou que os funcionários acharam a situação “muito perturbadora”, expressando preocupação com a possível remoção do site e dos seus postos de trabalho. Este desenvolvimento surge menos de um ano depois de a Vice ter sido salva da falência por um consórcio de compradores do Fortress Investment Group.

É de facto um perda monumental para o Ocidente em particular e para o mundo em geral que publicações de utilidade pública e indiscutível qualidade jornalística como esta se vejam obrigadas a fechar as suas portas. Como é que vamos superar este vazio?

 

 

A (boa) notícia do fecho da Vice.com enquadra-se num contexto recessivo da imprensa corporativa norte-americana. Em 2023, a indústria despediu cerca de 30.000 propagandistas. Já em 2024, quase todos os grandes órgãos de desinformação do regime despediram efectivos, fecharam sucursais, implementaram medidas de austeridade ou cessaram de todo a sua manhosa actividade, incluindo:

The Washington Post
Vox Media
The Los Angeles Times
Pitchfork
Sports Illustrated
Time
Business Insider
TechCrunch
The Wall Street Journal
The Messenger
Vice Media

Os desafios que se colocam à indústria dos meios de comunicação social parecem ser generalizados, afectando todos os meios de comunicação social corporativos, sejam eles tradicionais ou digitais. Charlie Kirk está carregado de razão quando escreve no X que a indústria das notícias falsas está encostada às cordas: