O New York Times descobriu agora que o seu muy estimado Presidente é um velho demente que já devia estar num lar desde 2020 e publicou um artigo de opinião apelando a que Biden se afaste e permita a candidatura de outro democrata  às presidenciais de 2024.

Neste caso nem se adequa o adágio de que vale mais tarde do que nunca, considerando o legado da presidência de Joe Biden.

Muito elucidativamente, o artigo de Ross Douthat tem este título:

“A Questão não é se Biden deve afastar-se. É como”.

Douthat começa por apontar para o relatório do procurador especial divulgado na semana passada, que concluiu que Biden tinha manipulado ilegalmente documentos confidenciais, mas que não deveria ser acusado devido ao seu frágil estado mental.

O relatório referia-se a Biden como um “homem idoso com uma memória fraca” e “limitações significativas”.

Douthat prossegue afirmando:

“Joe Biden não deveria estar a concorrer à reeleição. Isso era óbvio muito antes de os comentários do procurador especial sobre os lapsos de memória do presidente terem inspirado uma explosão de angústia relacionada com a idade. E os democratas que estão furiosos com o procurador têm de pressentir que isso se tornará ainda mais óbvio à medida que nos aproximarmos de uma campanha real”.

Contra todas as evidências, o colunista explica que não acredita necessariamente que Biden seja de facto inapto para a presidência, mas que poderá vir a ficar inapto durante um segundo mandato.

“Dizer que as coisas funcionaram bem durante esta fase do declínio de Biden é muito diferente de apostar que podem continuar a funcionar bem durante quase cinco longos anos. E dizer que Biden é capaz de ocupar a presidência durante os próximos 11 meses é muito diferente de dizer que é capaz de passar esses meses a fazer uma campanha efectiva pelo direito de a ocupar novamente.”

O artigo, que tresanda a medo de uma vitória de Donald Trump, sugere que Biden deveria continuar a fazer campanha até à convenção democrata de Agosto deste ano, altura em que

“chocaria o mundo ao anunciar a sua retirada da corrida, recusando emitir qualquer apoio e convidando os delegados da convenção a escolher o seu substituto”.

Biden tem actualmente 81 anos. Teria 82 anos na altura em que prestasse juramento para um segundo mandato. E ao ritmo que o seu declínio cognitivo está a progredir, é até discutível que esteja em condições de “chocar o mundo” com declarações minimamente inteligíveis, em Agosto.