Um professor da Universidade de Georgetown e antigo analista dos serviços secretos da CIA, o Dr. John Gentry, alertou para o facto da politização da comunidade dos serviços secretos e a sua concentração em iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) constituírem preocupações significativas. No seu livro recentemente publicado “Neutering the CIA: Why US Intelligence Versus Trump Has Long-Term Consequences”, Gentry afirma que esses factores podem levar à interferência nas eleições de 2024.

Numa entrevista à Fox News, Gentry declarou:

“O meu palpite é que o proverbial estado profundo dentro da comunidade de inteligência vai ressurgir porque presumivelmente um candidato republicano será novamente visto como uma ameaça às políticas internas que muitas pessoas da inteligência defendem”.

Em resposta à história do laptop Hunter Biden, que foi falsamente invalidada por 51 ex-funcionários dos serviços de inteligência e segurança numa carta aprovada pela CIA, Gentry afirmou que a aprovação dessa missiva foi uma clara jogada política destinada a ajudar a campanha de Biden.

“Há muito que penso que é provável que voltemos a ver antigos funcionários dos serviços secretos politicamente activos contra Trump ou contra quem quer que seja o candidato presidencial republicano no próximo ano, e é expectável que a fuga de informação seja retomada. As actividades dos ‘ex’ já recomeçaram, um pouco antes do que eu esperava.”

Gentry também se mostrou preocupado com as políticas da DEI nas principais agências de informação, incluindo a CIA, argumentando que estas prejudicam a eficiência operacional e promovem uma agenda politicamente carregada. O Comissário refere que a introdução destas políticas durante o mandato do Presidente Obama transformou significativamente a força de trabalho federal.

 

Dr. John Gentry

 

Embora o professor admita que as discussões políticas internas não eram tão prevalecentes durante o seu tempo na CIA, fontes da agência afirmam que o activismo se tornou comum sob a presidência de Obama. Esta mudança, facilitada por figuras como o antigo Director da CIA John Brennan e o ex-Director dos Serviços Secretos James Clapper, terá tido um impacto negativo na moral dos funcionários. Gentry diz esperar que o seu livro esclareça os leitores sobre o “problema político significativo dentro das agências”.

Convém lembrar que a CIA não tem competências operacionais no interior do território dos EUA e que devia ser um serviço secreto que defendesse os interesses da federação, no espírito da sua Constituição, e não este ou aquele ponto de vista ideológico dos seus líderes políticos.

Este não é de todo o primeiro testemunho de antigos funcionários da CIA sobre a interferência eleitoral a que a agência se dedica. Em Maio do ano passado, o antigo director interino da agência de Langley, Mike Morrell, admitiu que a campanha presidencial de Biden espoletou a redacção da infame carta assinada por 51 ex-funcionários dos serviços secretos, indicando que o portátil de Hunter Biden equivalia a “desinformação russa”.

Convém também sublinhar que o candidato independente às presidenciais de 2024, Robert F. Kennedy Jr., está a obter nas sondagens um quarto das intenções de voto, principalmente de independentes e republicanos, facto que dá a Biden mais probabilidades de vencer Trump. Acontece que esta candidatura “independente”, é conduzida por uma ex-funcionária da CIA.

Há muitas maneiras de fazer batota, em democracia.