A rebelião dos agricultores contra os aumentos de impostos e cortes de subsídios na Alemanha paralisou a cidade de Berlim e muitas das principais vias rodoviárias do país, quando cerca de 10 mil agricultores e 5 mil tractores invadiram a capital e bloquearam estradas importantes. Depois de uma semana de protestos, os agricultores, que foram coadjuvados por outro movimento de protesto – o dos camionistas – forçaram o governo a negociar e decidiram suspender as suas acções de bloqueio.

O governo alemão, uma coligação globalista entre Sociais Democratas, Verdes e Neoliberais, já foi forçado a diluir algumas das suas políticas. O Ministro das Finanças, Christian Lindner, até participou num comício de agricultores no início desta semana para negociar com os manifestantes, que estavam a ser levados à ruína pela burocracia, pelas políticas climáticas e pela guerra de sanções dirigida contra a Rússia, mesmo antes das alterações fiscais e da suspensão dos subsídios ao gasóleo.

O líder do Sindicato dos Agricultores, Joachim Rukwied, recomendou que Lindner fosse recebido cordialmente pelos agricultores, mas ainda assim, muitos participantes não quiseram calar a sua revolta. Um produtor de leite disse aos repórteres:

“Para mim, o governo deve renunciar. Eles não são capazes de nos liderar”.

Gritos de “mentiroso!” e “desaparece!” foram uma constante, enquanto o ministro se dirigia à multidão.

 

 

O governo alemão e a comunicação social estatal estão a retratar os protestos dos agricultores como um movimento de “extrema-direita”, colando-os ideologicamente ao mesmo rótulo que aplicam ao partido populista Alternativa para a Alemanha (AfD). A AfD obteve vitórias eleitorais históricas recentemente e desfruta agora quase do mesmo nível de apoio nas sondagens nacionais que os sociais-democratas do chanceler Olaf Scholz. Muito por causa disso, o partido será privado de financiamento federal, a que os outros partidos representados no Bundestag continuarão a ter direito, depois de uma lei que exige 3 mandatos consecutivos para a concessão de subvenções ter sido aprovada pelo regime Scholz.

O vice-chanceler Robert Habeck, dos Verdes, afirmou que

“estão a circular apelos e fantasias golpistas, grupos extremistas estão a formar-se e símbolos étnico-nacionalistas estão a ser exibidos abertamente”.

Pelo vistos, as centenas de milhar de agricultores alemães que se manifestaram são todos nazis. Ninguém diria que existiam assim tantos na Alemanha contemporânea. Seria até sensato especular que existem mais nazis na Ucrânia, que o governo alemão defende compulsivamente, com unhas e dentes e euros. Mas que sabemos nós?

O chanceler Sholz elogiou os manifestantes de esquerda que também “saíram às ruas por toda a Alemanha contra o racismo e a agitação popular” esta semana.

Porque, aparentemente, aqueles que alimentam a Alemanha são todos racistas e agitadores.

Apesar das alegações do governo de que as suas políticas declaradamente castigadoras do sector agrícola são necessárias para controlar as despesas, a coligação no poder está simultaneamente a duplicar a ajuda militar à Ucrânia para 8 mil milhões de euros, enquanto cerca de 50 mil milhões de euros por ano estão a ser gastos pelo estado a cuidar das multidões de imigrantes que chegam à Alemanha com regularidade germânica.

Para o governo de Scholz, os ucranianos e os sírios e os nigerianos e os turcos e os paquistaneses e os palestinianos e os libaneses são bem mais importantes de que os agricultores alemães. Porque os agricultores alemães são uma cambada de fascistas sem nome que acreditam que Hitler vai regressar numa manhã de nevoeiro para salvar a Alemanha da competentíssima classe política que tem conduzido a federação ao glorioso estado em que se encontra.