Os democratas da Câmara dos Representantes divulgaram um relatório de 156 páginas que ataca Donald Trump pelo facto de dignatários estrangeiros e empresas públicas terem ocasionalmente adquirido serviços no seu império hoteleiro e imobiliário, comparando o facto absolutamente rotineiro com os negócios obscuros de Joe Biden e do seu filho Hunter.

Sim, é verdade.

O relatório, bombasticamente intitulado “A Casa Branca à Venda: Como Príncipes, Primeiro-Ministros, e Figuras de Topo Subornaram o Presidente Trump”, não tem nada que se assemelhe a actos de corrupção. Trata-se de uma listagem de pequenas verbas provenientes das despesas relativas a aluguer de escritórios e quartos de hotel – e serviços relacionados – por parte de dignitários internacionais e delegações de empresas públicas estrangeiras que escolheram acomodar-se em unidades hoteleiras e imobiliárias de que Donald Trump é proprietário.

Indicando algum desespero na sua busca de fontes de financiamento ilícitas, o relatório dos democratas chega ao cúmulo do ridículo de registar gastos nos hotéis Trump por parte dos aliados da NATO Letónia e Hungria, no valor de 2.739 dólares e 1.011 dólares, respectivamente, assinalando ainda “despesas de governos e entidades estrangeiras” de apenas 590 dólares – atribuídas ao Chipre, um estado-membro da União Europeia, no Trump International Hotel em D.C.

Na cabeça dos apparatchiks do Congresso americano, Trump, enquanto presidente dos EUA, fazia favores às autoridades cipriotas a troco de 600 dólares. Se isto não fosse tão deprimente, seria de gargalhada.

O representante republicano James Comer, presidente do Comité de Supervisão da Câmara que tem investigado os monumentais esquemas de corrupção de Joe Biden a da sua infeliz família, comentou o relatório de forma lapidar:

“O ex-presidente Trump tem negócios legítimos, mas os Bidens não.”

Eric Trump disse que a ideia de que o seu pai tenha beneficiado de alguma forma de ligações financeiras à China, em particular, era “insana”, já que

“Não há nenhum Presidente na história dos Estados Unidos que tenha sido mais duro com a China do que Donald Trump”.

Eric também referiu que a Trump Organization efectuou um pagamento anual voluntário ao Tesouro, oferecendo os lucros de certas estadias em hotéis ao povo americano, e explicou que alguns dos acordos comerciais que o relatório dos democratas questiona são muito anteriores à presidência de Trump. Um banco chinês que alugava um espaço na Trump Tower, por exemplo, foi referido como tendo assinado pela primeira vez o seu contrato de aluguer de 20 anos em 2008.

Mas estas justificações são completamente desnecessárias. O homem tem negócios imobiliários e hoteleiros, que estavam em actividade enquanto foi presidente. O relatório enumera transaçcções decorrentes desses negócios. Qual é o drama?

E como é que alguém pode comparar estas transacções legítimas com o aberrante, ilícito e mafioso tráfico de influências praticado por Joe e Hunter Biden enquanto o primeiro era vice-presidente de Obama, a troco de muitas centenas de milhões de dólares?

Por amor de Deus.