A subida das taxas de juro, o fim dos subsídios relacionados com a pandemia Covid, a inflação, os contínuos aumentos das cargas fiscais, o choque energético resultante das sanções à Rússia e da convergência para energias renováveis tiveram um impacto brutal nas empresas, a nível global.
Segundo o Finantial Times, que cita dados de vários institutos nacionais de estatística, o sector empresarial foi atingido por uma onda de falências a um ritmo de dois dígitos que não se via há décadas.
As insolvências de empresas nos EUA registaram um aumento anual de 30% nos últimos 12 meses até Setembro, enquanto na Alemanha, a maior economia da UE, o número de falências registadas aumentou 25% entre Janeiro e Setembro, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Em toda a UE, o número de empresas falidas aumentou 13% nos nove meses até Setembro, em comparação com o ano anterior, atingindo um máximo de oito anos.
Em Outubro, a França, os Países Baixos e o Japão viram o número de falências aumentar mais de 30% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O grupo da OCDE, constituído maioritariamente por nações ricas, informou recentemente que, em alguns países membros, incluindo países nórdicos como a Dinamarca, a Suécia e a Finlândia, as taxas de falência ultrapassaram os níveis atingidos durante a crise financeira mundial de 2008.
Em Inglaterra e no País de Gales, as insolvências também atingiram o seu nível mais elevado desde 2009, entre Janeiro e Setembro do corrente ano.
Segundo Neil Shearing, economista-chefe da Capital Economics, a tendência tem sido fortemente alimentada pelo aumento das taxas directoras, bem como pela auto-liquidação das chamadas empresas zombie, que só sobreviveram à era Covid graças ao apoio do governo. Mas o bom senso, que transcende a agenda de Shearing, um globalista assumido, diz-nos que outros factores, como a crescente carga tributária e a crise energética, por exemplo, estão também por trás desta catástrofe micro-económica. E há que lembrar que aquilo que o economista chama de empresas zombie foram na verdade empresas viáveis transformadas em entidades mortas-vivas pelos estados, quando paralisaram as economias com confinamentos e impuseram à actividade económica uma onerosa e ineficiente parafernália de equipamentos sanitários e normas draconianas que alegadamente ajudariam a combater a pandemia.
Os regimes de apoio governamental às empresas e aos agregados familiares durante a pandemia foram agora em grande parte retirados, enquanto os bancos centrais têm vindo a aumentar repetidamente as taxas de juro numa tentativa de controlar a inflação em espiral, também criada pelos bancos centrais, através da emissão descontrolada e irresponsável de moeda.
De acordo com o perito da da Capital Economics, a tendência deverá manter-se, uma vez que muitas empresas terão de refinanciar a dívida a taxas mais elevadas nos próximos meses, mesmo que se preveja que as subidas das taxas dos bancos centrais tenham atingido o seu máximo.
Relacionados
18 Abr 25
Uma conspiração de estúpidos: DOGE reduz o seu objectivo de poupança em 92%.
Elon Musk moderou substancialmente os seus ambiciosos objectivos de redução de despesas no governo federal, apresentando estimativas 180% e 95% inferiores ao que tinha prometido em 2024 e em Fevereiro de 2025, respectivamente.
17 Abr 25
Próximo alvo das tarifas de Trump: as grandes empresas farmacêuticas.
Na semana passada, Trump informou as Big Pharma que vão ser submetidas a um regime tarifário para que não continuem a depender de medicamentos feitos no estrangeiro, com mão de obra barata.
15 Abr 25
Administração Trump baixa tarifas sobre smartphones e computadores.
Cedendo à intensa pressão das tecnológicas de Silicon Valley, bem como dos gestores de fundos de Wall Street, ou preocupado com a ruptura de stocks no mercado interno e consequente surto inflaccionário, Donald Trump decidiu aliviar as tarifas sobre produtos electrónicos.
14 Abr 25
União Europeia cede e suspende direitos aduaneiros de retaliação contra os EUA.
Depois de Trump ter prometido que os países que não retaliassem seriam beneficiados, a União Europeia recuou nas suas tarifas de retaliação contra os bens dos EUA, para dar tempo a negociações comerciais.
11 Abr 25
Trump pede corte na taxa de juros, mas presidente da Reserva Federal continua reticente.
Donald Trump está a pressionar a Jerome Powell para começar a reduzir as taxas de juro, mas a agenda globalista-elitista da Reserva Federal americana não coincide de todo com os interesses da Casa Branca.
10 Abr 25
Trump sobe taxa sobre a China para 125%, enquanto estabelece tarifa única de 10%, por 90 dias, para todos os outros países.
Donald Trump anunciou, esta quarta-feira, que os Estados Unidos vão passar a impor uma tarifa total de 125% sobre as importações chinesas e de 10% sobre todos os países que não retaliaram contra a sua política de direitos aduaneiros.