Uma pilha de metal torcido e outros tipos de lixo foi galardoada com um dos mais famosos (ou infames) prémios de arte do mundo. O facto do “artista” ser transexual não teve, de certeza, nada a ver com a decisão, porque a qualidade do trabalho é por si só eloquente.

O The Telegraph reporta:

“O Prémio Turner nomeou o seu primeiro vencedor transgénero. Jesse Darling recebeu o prémio de 25.000 libras (30.000 euros) por um trabalho que incluía bocados de metal dobrados na forma de um mamute”.

Não sabemos ao certo onde é que o redactor do jornal britânico viu qualquer coisa minimamente parecida com um mamute, mas segundo os juízes do concurso, que não misturaram tabaco naquilo que estavam a fumar, o trabalho evoca

“a vulnerabilidade do corpo humano e a precariedade das estruturas de poder”.

O trabalho aparentemente “questiona as narrativas dominantes sobre o mundo” e representa “uma violência indescritível na privatização de literalmente tudo no Reino Unido”, de acordo com o seu genial criador.

Sobre aquilo que na óptica do Contra não passa de um monte de sucata, a gentil leitora, o estimado leitor, farão o favor de estabelecer a vossa própria opinião:

 

 

As secções da obra incluem “tijolos dispostos no chão, posicionados ao lado de martelos, câmaras CCTV, coletes à prova de bala da polícia e arame farpado”.

Ou seja e outra vez e desculpem a redundância: trata-se literalmente de um monte de sucata.

Mas como o autor é transgénero, esta observação é homofóbica, de certeza.

É verdade que, ao contrário do que o seu nome indica (William Turner foi um pintor romântico inglês de monumental talento, que deixou à posteridade inúmeras obras primas), o Turner Prize, atribuído desde 1984 sob a égide da Tate Britain (ex-Tate Gallery), premeia quase exclusivamente subprodutos da chamada “arte conceptual”, geralmente vazios de valor artístico e substância estética, e é conhecido por isso mesmo. Mas este ano, os juízes exageraram e as reacções alérgicas surgiram como cogumelos, nas redes sociais.

 

 

Este é o estado da arte contemporânea. Gatafunhos que valem milhões de dólares, propaganda racista que passa por pintura, instalações que o pessoal da limpeza das galerias confunde com lixo, tinta preta espalhada com o rabo numa tela em branco e montes de sucata distribuídos aleatoriamente por uma sala.

Admirável mundo novo.