Devo dizer: acho esplêndido que a Terceira República não conspurque os símbolos da nação.

A Terceira República não está à altura da esfera armilar e não é digna das cinco quinas e não merece o legado de um escudo feito com o sangue da reconquista.

A Terceira República não merece ser representada com a iconografia de guerreiros imortais, navegadores do impossível, conquistadores do desconhecido, argonautas da palavra de Cristo e civilizadores do mundo.

A Terceira República não levantou castelos nem catedrais, não fez a guerra nem negociou a paz, não sentiu a fome nem transcendeu sofrimentos, não se consumiu de febres tropicais nem conheceu a fúria dos sarracenos, não venceu tormentas, não fundou feitorias antípodas, não deu novos mundos a este mundo velho, não fez de florestas aventuras marítimas e nada sabe de cartografia.

A Terceira República não é de facto cristã e não tem de facto valores, nem históricos, nem morais.

A Terceira República não herdou nem deixa herança, não criou nem deixa criado, é um parêntesis, um interregno, um equívoco aleatório no destino de um povo e no desígnio de um país.

A Terceira República é a República de Coisa Nenhuma.

E assim, deve limitar-se à geometria espúria de rectângulos e circunferências, formatos adequadamente despidos de qualquer significado, porque a Terceira República é vazia de substância para além da corrupção, da ganância, da incompetência, do corporativismo e do socialismo globalista, e seria por demais excessivo fazer heráldica disso!

Deixem a semióptica de Portugal para aqueles que a honraram no passado e que, eventualmente, se a nação sobreviver para experimentar melhores dias, a irão honrar no futuro.

Por favor e obrigado.