No último artigo da sua coluna no The Sun, mais um daqueles que são característicos da sua veia satírica, e que dispara em todas as direcções (Joe Biden, Elon Musk e Keir Starmer fazem parte dos alvos neste exercício de tiro ao boneco), Jeremy Clarkson destrata – e bem – a BBC e Sir David Attenborough por fazerem da última temporada da série “Planeta Terra” um manifesto propagandista das alterações climáticas, e apelando a uma mudança de direcção.
O apresentador do Grand Tour admitiu que, apesar de ter sido cativado pela cinematografia da série da BBC, o guião está a deixá-lo louco (de raiva, pressupõe-se).
“Oh, a fotografia é brilhante. Até fascinante. Mas as palavras estão a deixar-me louco”.
Clarkson salientou que, apesar de ter um dia admirado os conhecimentos de Attenborough sobre a vida selvagem, sente agora que a sua missão de doutrinar os telespectadores sobre o impacto do aquecimento global se tornou deveras repetitiva.
“Houve uma altura em que Sir Attenborough nos contava tudo sobre o animal que tinha encontrado. Onde ele vivia. Como se acasalava. Como construía uma casa. Como apanhava comida. Era fascinante. Mas agora só ouvimos: ‘Aqui está um peixe transparente com um estômago cor de laranja, e o seu futuro está ameaçado pelas alterações climáticas.’ E a seguir: ‘Aqui está uma coisa com dentes pontiagudos que em breve será dizimada pelo aquecimento global’. Nós já sabemos. Por isso, por favor, no futuro, falem-nos dos animais e não do maldito clima”.
Vale mesmo a pena ler o artigo na íntegra.
Não é a primeira vez que o petrolhead critica a obsessão de Attenborough pelas alterações climáticas. No ano passado, fez observações semelhantes sobre outro programa da BBC, também narrado pelo famoso biólogo britânico, “Frozen Planet II”, apelidando-o de “anedota” e afirmando que tinha transformado a série num jogo de copos:
“Sir Attenborough está demasiado velho para aparecer nos filmes e receio que já nem sequer escreva o guião. Limita-se a ler palavras que foram escritas por uma equipa de comunistas vegetarianos que só têm uma coisa em mente: as alterações climáticas. Estive a ver o “Frozen Planet II e é uma anedota, porque não aprendemos nada. Vemos umas imagens dramáticas de um urso polar e, antes de nos dizerem qualquer coisa, somos avisados de que, devido à actividade humana, ao capitalismo e a Donald Trump, o habitat do pobre urso está a desaparecer… Quando comecei a aperceber-me deste registo, decidi vingar-me. Sempre que mencionavam o aquecimento global, eu subia a temperatura do aquecimento central. Mas isso sai demasiado caro, na verdade. Por isso, transformei o programa num jogo de beber. Sempre que falam em alterações climáticas, bebo uma cerveja. É a única maneira de suportar esta fantochada.”
Se o Contra tivesse receitas para contratar colunistas famosos, o primeiro recruta seria Jeremy Clarkson.
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