Destruição na Faixa de Gaza . Wikimedia Commons . Naaman Omar . apaimages

 

Há cada vez mais especulação sobre a possibilidade das forças de defesa israelitas (FDI) ainda não terem lançado a invasão terrestre da Faixa de Gaza devido às ameaças do Irão e do seu aliado libanês Hezbollah. E não são apenas os inimigos de Israel que estão a dizer isto, já que o The Jerusalem Post relatou na segunda-feira que uma das principais razões para a paralisação da ofensiva é o medo de que o Hezbollah abra uma frente de combate na fronteira norte de Israel.

No entanto, o Comando Norte das FDI foi encarregado de assegurar a prontidão total das defesas na fronteira libanesa, para o caso de o Hezbollah se envolver. O JPost escreve:

“Vários factores parecem ter causado o atraso, mas fontes disseram ao Jerusalem Post que um dos factores tem sido a preocupação crescente de que o Hezbollah esteja à espera do momento em que a maioria das forças terrestres das FDI estejam empenhadas em Gaza para abrir uma frente no Norte.”

A ofensiva total de Israel estava prevista para sexta-feira ou sábado, mas foi adiada, com a chuva e o mau tempo a fazerem parte da lista de razões invocadas até segunda-feira.

Entretanto, o Irão está a intensificar as ameaças, talvez como parte de uma estratégia para reforçar as vozes dentro de Israel que apelam à cautela e à contenção. O Ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão emitiu uma declaração do tipo “todas as opções estão em cima da mesa”:

 

 

Por seu lado, os oficiais israelitas continuam a intensificar a sua retórica relativamente ao que Israel planeia fazer com Gaza, invocando o tristemente célebre bombardeamento dos aliados a Dresden, na Segunda Guerra Mundial, para justificar as suas intenções sanguinárias:

 

 

Numa chamada telefónica na segunda-feira, o primeiro-ministro Netanyahu disse ao presidente russo Vladimir Putin que tenciona prosseguir com a ofensiva em Gaza, depois deste último ter alertado para as implicações humanitárias e políticas de um número catastrófico de mortos entre a população civil.

 

 

Entretanto, uma sessão do Knesset, em Jerusalém, foi interrompida por uma barragem de rockets disparados da Faixa de Gaza, que levou os membros do parlamento israelita a serem evacuados para abrigos anti-bomba. As sirenes soaram por toda a cidade de Jerusalém, enquanto os ataques do Hamas continuaram durante várias horas.

 

Hamas divulga vídeo de refém israelita.

O Hamas divulgou um vídeo de “prova de vida” de um refém que está agora a ser amplamente partilhado online e noticiado, pelos meios de comunicação israelitas:

 

 

O curto vídeo mostra uma jovem mulher, Mia Schem, de 21 anos, a ser tratada depois de ter sido ferida no braço e, mais tarde, a falar para a câmara.

Schem foi raptada por terroristas do Hamas a 7 de Outubro, quando participava numa rave em Kibbutz Re’im, onde os terroristas do Hamas massacraram mais de 260 pessoas.

A jovem afirma que foi operada durante três horas, testemunhando:

“Estão a tratar de mim, estão a dar-me medicamentos. Só peço que me deixem regressar a casa, à minha família, aos meus pais, aos meus irmãos, o mais depressa possível. Por favor, tirem-me daqui o mais depressa possível”.

O comando militar israelita reagiu ao vídeo como era expectável:

“O Hamas tenta apresentar-se como uma organização humanitária quando, na realidade, é um grupo terrorista assassino, responsável pelo assassinato e rapto de bebés, mulheres, crianças e idosos”.

O número de mortos tem aumentado de ambos os lados. O Gabinete Central de Estatística da Palestina afirmou que as vítimas mortais entre os palestinianos é agora o mais elevado das últimas duas décadas, ultrapassando já as 3.000. Os óbitos em Israel ultrapassaram os 1.400, com mais de 4.100 israelitas feridos.