Se as eleições presidenciais norte-americanas se realizassem hoje, o antigo Presidente dos EUA, Donald Trump, derrotaria o Presidente Joe Biden por uma margem de 10% do voto popular, segundo uma sondagem realizada em parceria entre o Washington Post e a ABC News. O resultado mostra a liderança mais forte de Trump desde que ambos declararam a sua candidatura para as eleições de 2024.

Publicada no Sábado, a sondagem revelou que 52% dos inquiridos escolheriam Trump e 42% ficariam do lado de Biden, enquanto os restantes estão indecisos ou não votariam. Quando os investigadores do Post/ABC fizeram a mesma pergunta em Fevereiro, Trump liderava Biden por quatro pontos, com 48% contra 44%.

O resultado está em divergência com uma série de sondagens recentes, todas elas colocando Trump e Biden num empate técnico ou próximo dele. Uma sondagem da NBC, também publicada no Sábado, mostrava Trump e Biden empatados a 46%, enquanto uma sondagem da Fox News da semana passada colocava Trump à frente de Biden por dois pontos percentuais (48%-46%), e uma sondagem da Quinnipiac University projectava Biden para a liderança pela estreita margem de 47%-46%.

Antes de enfrentar Biden pela segunda vez, Trump terá de derrotar um grupo substancial conjunto de adversários republicanos que lutam para conquistar a nomeação do partido. No entanto, todas as principais sondagens mostram o antigo presidente com uma vantagem dominante sobre esse grupo, e mesmo a campanha de Biden está a alertar os doadores que Trump “está destinado a ser novamente nomeado”.

De facto, e de acordo com a pesquisa Post/ABC, Trump tem uma vantagem de quase 40 pontos sobre o seu rival republicano mais próximo, o governador da Flórida Ron DeSantis (54%-15%). Nenhum outro adversário do Partido Republicano conseguiu ultrapassar os dois dígitos na sondagem.

Biden e Trump enfrentam obstáculos significativos nas suas respectivas candidaturas à Casa Branca. Trump entrará na época eleitoral do próximo ano a lutar contra mais de 90 acusações criminais em quatro casos separados, decorrentes das suas alegadas tentativas de anular os resultados das eleições de 2020, do manuseamento incorreto de documentos confidenciais e da contabilização indevida de pagamentos à estrela porno Stormy Daniels.

Para Biden, uma das principais preocupações será convencer os eleitores de que ele está apto para o cargo. De acordo com a última sondagem, três quartos dos inquiridos, independentemente da sua convicção política, disseram que Biden é demasiado velho para cumprir um segundo mandato. O actual inquilino da casa Branca tem sido atacado pelos republicanos pelo seu aparente declínio cognitivo, mas as preocupações sobre a aptidão mental do presidente surgem agora entre os democratas, nas sondagens mais recentes.

De acordo com uma sondagem da CBS News publicada no domingo passado, 34% dos eleitores norte-americanos acreditam que o Presidente de 80 anos conseguiria terminar um segundo mandato, enquanto o mesmo número acredita que Biden não tem a saúde mental e cognitiva necessária para o cargo.

A economia também não está a ajudar a candidatura democrata, e as perspectivas de uma recessão acontecer antes das eleições são bem reais.

A caótica situação na fronteira, que repugna o eleitorado democrata menos radical, será também uma dificuldade grande para o bom curso da campanha de Joe Biden.

Seja como for, as sondagens nos Estados Unidos em particular e no Ocidente em geral, têm que ser consumidas com cautela. As margens de erro das pesquisas têm aumentado exponencialmente, nos últimos anos, e são muitas vezes utilizadas não como um método fiável de auscultar as tendências do eleitorado, mas como instrumento de manipulação eleitoral.

As maiores e estatisticamente mais expressivas sondagens realizadas na América são encomendadas pelos conglomerados da comunicação social corporativa e isto diz, por si só, muito acerca da sua fiabilidade.

Por outro lado, há que considerar que, como aconteceu em 2020, a percentagem de indecisos pode acabar por cair substancialmente no bilhete democrata, anulando assim a aparente margem favorável de Donald Trump.

Megyn Kelly e Charlie Kirk discutem as incidências destes números, no primeiro segmento do podcast de Kelly, gravado ontem.