A Google está a ocultar os websites de campanha de todos os adversários sérios do actual presidente democrata Joe Biden, segundo um relatório do Media Research Center.

De acordo com o MRC, a pesquisa na Internet por “sites de campanhas presidenciais” no Google não incluiu um único candidato republicano na primeira página no dia anterior ao primeiro debate das primárias republicanas.

Nem mesmo o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que nas sondagens lidera de longe o sentido de voto entre os candidatos republicanos e até leva vantagem sobre Biden (se bem que curta), apareceu nas primeiras páginas de resultados.

O desafiante e desalinhado candidato democrata Robert F. Kennedy Jr., a principal ameaça à candidatura de Biden dentro de seu próprio partido, também não apareceu nos resultados, embora uma sondagem recente lhe dê 20% da intenção de voto dos democratas.

De facto, a única figura democrata não alinhada com o regime Biden a aparecer na primeira página da pesquisa foi Marianne Williamson, que nunca teve uma sondagem que chegasse aos dois dígitos.

No entanto, os sites de democratas proeminentes que não estão a concorrer à presidência em 2024, incluindo o de Hillary Clinton, o da senadora de Massachusetts Elizabeth Warren e o do senador de Vermont Bernie Sanders, foram apresentados com mais destaque em 29º, 12º e 9º lugar nos resultados, respectivamente.

O vice-presidente do MRC Free Speech America, Dan Schneider, lembrando como o Google “fez de tudo para colocar Hillary Clinton na Casa Branca” e “continuou a interferir nas eleições desde então” disse a propósito do relatório:

“A Google apagou todas as ameaças a Joe Biden”.

Verdade.

Desde a divulgação do relatório do MRC, o fenómeno parece ter-se agravado. Enquanto o site de Biden era o quarto na lista do motor de busca e o de Williamson o quinto, Sanders continuava em 12º, enquanto Clinton tinha subido para 13º.

O site do ex-vice-presidente Mike Pence, um homem profundamente ligado ao pântano de Washington ao aparelho industrial e militar americano que, sabe Deus porquê, Trump cooptou para vice-presidente, foi o republicano mais bem classificado numa pesquisa realizada no sábado de manhã – embora até a sua página estivesse listada vários lugares atrás de um artigo da Atlantic que informava o navegador casual que o site da campanha do candidato republicano de 1996 e agora falecido ex-senador Bob Dole “ainda está online”.

Kennedy, que tem sido amplamente desacreditado pelos meios de comunicação social e pelos verificadores de factos online pelas suas declarações desassombradas sobre a segurança das vacinas, processou a Google no início deste mês por violar os seus direitos da Primeira Emenda, argumentando que a subsidiária YouTube havia bloqueado os seus conteúdo por ordem da administração Biden.

Trump também processou a Google em 2021, por restringir a sua liberdade de expressão. depois de ter sido suspenso pelo YouTube, após o motim de 6 de Janeiro no Capitólio.

No caso Missouri v. Biden, ficou claro que mais de uma dúzia de agências governamentais estavam a exigir que as redes sociais censurassem contas conservadoras, levando o juiz a emitir uma ordem de restrição, proibindo a actual administração de entrar em contacto com as plataformas.

 

Google tenta afastar os utilizadores das notícias sobre a corrupção dos Biden.

Enquanto verificava os factos de um artigo que estava a redigir, Kylee Griswold, a directora editorial do The Federalist, fez uma rápida pesquisa no Google por “Hunter Biden Joe Biden ‘an absolute wall’”.

O termo (em Português “uma parede absoluta”) foi utilizado pelo presidente Joe Biden durante a campanha para as presidenciais de 2020 para alegar a separação entre as suas funções de vice-presidente de Obama e as negociatas do seu filho no estrangeiro. O assunto voltou à ribalta depois do Comité de Supervisão da Câmara ter solicitado à Administração Nacional de Arquivos e Registos as comunicações não editadas de três dos pseudónimos usados por Joe Biden: Robert Peters, Robin Ware e JRB Ware.

O Google, no entanto, não pareceu interessado em que Griswold encontrasse muita informação sobre o assunto, pelo menos no que diz respeito a certas fontes que o motor de busca considera fidedignas (o que não quer dizer que o sejam, claro).

Os resultados da pesquisa, magros, apresentavam um preâmbulo que envergonharia o Pravda soviético:

Parece que os resultados em baixo estão a mudar rapidamente.
Se este tópico for novo, às vezes pode levar algum tempo para que fontes fidedignas publiquem informação.
Confirme as fontes – São fidedignas sobre este tópico?
Volte mais tarde – Outras fontes podem ter mais informação sobre este tópico em algumas horas ou dias.

 

 

O problema é que este não é um tópico novo; tem quatro anos. Foi em Agosto de 2019 que Biden fez a promessa do “muro absoluto”. Mais do que “algumas horas ou dias” se passaram entretanto.

A mensagem da Google não é um convite para se saber a verdade sobre as negociatas da família Biden e como o actual Presidente dos EUA mentiu sobre o assunto. É uma tentativa de esconder isso.