Douglas Macgregor, multi-medalhado Coronel do Exército dos EUA agora aposentado, e assessor da administração Trump, além de autor, consultor e comentarista, tem sido uma das principais fontes do ContraCultura sobre as incidências da guerra na Ucrânia. Tucker Carlson entrevistou-o, para fornecer às massas mais uma horinha de verdade.
Numa conversa deveras luminosa, Macgregor explicou por que razão a guerra na Ucrânia colocou os Estados Unidos à beira de um “conflito catastrófico que poderia facilmente destruir-nos”. E afirmou que as forças armadas americanas não estão preparadas para uma guerra com a Rússia, fornecendo exemplos históricos de situações análogas.
Antes, numa breve introdução à entrevista, Carlson já tinha dado o tom:
“Praticamente tudo o que a NBC e o New York Times vos disseram sobre a guerra na Ucrânia é mentira. ‘O exército russo é incompetente’ – afirmam. ‘A Ucrânia é uma democracia! Vladimir Putin é Hitler e está a tentar dominar o mundo! Felizmente, os ucranianos estão a ganhar’. Todas estas afirmações são falsas, especialmente a última. O exército ucraniano não está a ganhar – na verdade, está a perder. A Ucrânia está a ser destruída. A sua população está a ser chacinada”.
Macgregor só confirmou estas palavras, ao longo de toda a entrevista, em que Carlson nem precisou de ser especialmente incisivo para que constituísse um denso, pertinente e esclarecedor exercício de disponibilizar informação sólida e credível às massas. Não faltaram ao Coronel tiradas citáveis:
“A maioria dos americanos não sabe nada sobre a Ucrânia, se soubessem alguma coisa sobre a história da Europa de Leste, todos diriam ‘saiam daqui!’… porque as guerras, o sangue e o ódio que foram aqui travados durante séculos é algo que não vamos conseguir resolver”.
O tom dos comentários de Macgregor tornou-se mais soturno à medida que a conversa prosseguiu, fazendo notar que o Presidente Joe Biden está desastradamente a criar um cenário que implica a presença de forças americanas nos teatros de operações na Ucrânia, acrescentando que a Rússia está já a preparar-se para essa eventualidade.
“Seria um erro pensar que as forças russas não sabem onde estão e o que estão a fazer. Os russos estão a enviar uma mensagem com os recentes ataques de mísseis de precisão perto das fronteiras da Polónia e da Moldávia: ‘se pensam que se podem esconder de nós, ou se atravessarem estas fronteiras, aniquilar-vos-emos'”.
Segundo Macgregor,
“A coisa mais inteligente que podemos fazer é acabar com esta guerra agora. Os russos nunca irão tolerar forças da NATO em solo ucraniano”.
Reflectindo sobre o facto de o terem apelidado de “antipatriótico” pelos seus comentários críticos sobre o apoio dos EUA e da NATO aos ucranianos, Macgregor não recuou:
“Temos de aceitar estas realidades, porque não as podemos derrotar. E se continuarmos esta guerra com a Rússia na Europa Oriental, ela chegará até nós, aqui nos Estados Unidos”.
E sobre a capacidade militar da Ucrânia, o convidado de Tucker foi lapidar.
“As forças ucranianas estão a render-se aos russos de forma fragmentada, não porque não queiram lutar; é porque já não podem lutar, têm tantos feridos que não os podem evacuar… Vamos ver este exército em que gastámos tanto dinheiro desaparecer”.
No que diz respeito ao equipamento utilizado para combater, MacGregor afirmou que
“Muito do equipamento que enviámos para lá é, francamente, obsoleto.”
E sobre o fornecimento de caças e sistemas de misseis de longo alcance, as perspectivas também não são animadoras, nem para o regime Zelensky, nem para ninguém:
“As defesas aéreas integradas russas derrubarão praticamente tudo o que voa. Recorreremos então a uma dissuasão nuclear – uma arma nuclear táctica que diz: ‘se continuarem a avançar, teremos de usar uma arma nuclear’. Não queremos ir por aí.”
Macgregor não escondeu as suas referências populistas, lembrando insistentemente que o Regime Biden distribui biliões de dólares pelos quatro cantos do mundo, enquanto destitui os nativos do seu próprio país, referindo ainda que a federação gasta mais dinheiro a subsidiar imigrantes ilegais do que a apoiar os cidadãos mais carecidos.
Quando confrontado, já nos minutos finais da entrevista, com um clip de grosseira e trágico-cómica propaganda ucraniana, interpretada por um transexual que debita uma versão alucinada da Rússia, dos russos e do seu líder, o coronel reagiu com sobriedade e factos devastadores, indicando que desde que a guerra começou já desapareceram 60.000 crianças ucranianas e rematando:
“Aqueles que se banham em sangue estão em Kiev e em Washington, não em Moscovo.”
Bom Deus, a coragem…
Mas adiante. Se quer mesmo saber o que se passa realmente a norte do Mar Negro, se calhar o melhor é ouvir o que o Coronel tem para dizer.
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