Se o leitor foi uma daquelas pessoas que sempre usou diligentemente uma máscara ineficaz, que se esforçou ao máximo por teatralizar o distanciamento social, que aceitou os confinamentos com devoção religiosa e que tomou as duas doses da vacina experimental e mais alguns dos posteriores boosters, é capaz de estar a dever um pedido de desculpas àqueles que defenderam as liberdades constitucionais durante a pandemia e, perdoe-nos a pretensão, deve comprometer-se a ser mais ponderado e menos obediente no futuro.
Os anos da Covid marcam aquela que foi indiscutivelmente a maior invasão da liberdade pessoal e da autonomia individual na história do Século XXI, para não irmos mais longe (no Ocidente, foi sem dúvida a mais incisiva experiência autoritária sobre os povos desde o pós-guerra). Os governos dizimaram a economia, fechando negócios à força; promulgaram obrigatoriedades de máscara antiéticas e anticientíficas e mandatos de vacinação absolutamente draconianos, embora as vacinas Covid não impeçam as pessoas de disseminar ou contrair o vírus.
Em vastas regiões do globo a vida dos cidadãos não vacinados foi intencionalmente perturbada e transformada num experiência o mais desconfortável possível. Em muitos casos, principalmente em países de língua inglesa, mas também em França e na Alemanha, foram proibidos de frequentar universidades, igrejas, restaurantes, supermercados, ginásios e locais de entretenimento.
Embora já surgissem sinais do grande embuste em Janeiro, Fevereiro e Março de 2020, podemos admitir que, nos primeiros meses da pandemia, fosse razoável usar máscara ou praticar a distância social, porque quem não procurasse informação por meios alternativos e independentes e confiasse apenas na imprensa corporativa e no que as “autoridades” diziam, ficava de facto a saber muito pouco sobre o vírus. No entanto, a insanidade durou anos, bem depois de ficar claro para toda a gente com olhos para ver e ouvidos para ouvir que a resposta ao vírus estava a causar mais mal do que bem, até porque o que entretanto não faltou foram estudos que mostravam que os confinamentos eram inúteis, as máscaras da loja chinesa ineficazes e as vacinas perigosíssimas.
Porque a condição humana tem algo de bovino ou para evitar o tribunal da turba, o mau olhado dos poderes instituídos e a virulência do capitalismo corporativo, a maior parte dos cidadãos no Ocidente e não só concordou com o absurdo das políticas Covid. Um número menor de pessoas, no entanto, resistiu. Muitos deles, foram despedidos, vilipendiados, multados, perseguidos e alienados até pelas próprias famílias. Mas a Covid tinha apenas o poder que nós, os constituintes do poder da República, lhe demos. Se um número suficiente de pessoas se recusasse a fechar seus negócios e cumprir os mandatos de vacinas e máscaras, o establishment seria incapaz de nos controlar e de se imiscuir intrusivamente nas nossas vidas como de facto controlou e intrusivamente se imiscuiu.
Uma das variáveis mais importantes a reter sobre o comportamento das sociedades e do poderes instituídos face à Covid é que se tratou de uma experiência em engenharia social. Durante o Fórum Económico Mundial de 2020, Klaus Schwab e o então príncipe Carlos anunciaram o infame Great Reset, um projecto do WEF que procurava usar a pandemia como veículo para limitar as liberdades de que usufruíamos no Ocidente e promover a agenda do globalismo.
Nessa altura, Carlos afirmou que a Covid
“oferece uma oportunidade sem precedentes para repensar e redefinir a maneira como vivemos e fazemos negócios”.
O revolucionário Reset do WEF conta com a cumplicidade e o activismo dos líderes mundiais, de forma a que implementem o plano mestre socialista do Fórum para a transição das economias dependentes de carvão, petróleo e gás natural para suprimentos insuficientes de energias renováveis. Essencialmente, as elites globalistas exploraram o medo em torno do Covid, usando-o para implementar políticas económicas desastrosas, que empobrecem a classe média e acabarão por criar uma forma de neofeudalismo que só beneficia um quântico conjunto de magnatas ensandecidos, políticos sociopatas, mega-corporações ávidas de poder e burocratas com sonhos autoritários.
Graças à inacção dos povos e das sociedades civis, a resposta ao Covid prejudicou irreversivelmente a civilização ocidental. Centenas de milhões de profissionais perderam os seus meios de subsistência, milhões de pequenas empresas desapareceram do mapa (Só no Reino Unido foram 500.000) e toda uma geração de crianças e adolescentes foram impossibilitados de aceder à educação e à sociabilidade. Nas universidades, a gripe chinesa bateu recordes de autoritarismo e nos campus das mais consagradas instituições académicas da Europa e da América do Norte os jovens aprenderam que a submissão mental e a vigilância mais rigorosa eram valores essenciais à sociedade.
Além disso, a pandemia também estabeleceu um precedente alarmante, já que ficámos conscientes de que, no Ocidente, desistimos voluntariamente das liberdades fundamentais e dos direitos naturais sempre que os agentes das estruturas de poder e os apparatchiks da imprensa afirmarem que estamos a enfrentar uma “emergência” pública.
As ramificações da resposta à Covid serão sentidas por décadas. E se aprendemos alguma coisa com o Great Reset é que a Covid não é um caso isolado. Agora que nossos líderes observaram que a maioria da população abre mão dos mais sagrados princípios civilizacionais por causa de um vírus de impacto comparável à gripe sazonal, é mais que certo que vão puxar da mesma cartilha sempre que quiserem fomentar a obediência cega.
E é aqui que entram as ovelhas da Covid. Quando surgir a próxima “emergência pública”, aqueles que foram ingénuos ou conformistas ou indiferentes precisam de aprender com os seus erros e enfrentar a tirania. Dada a sua responsabilidade no rasto de cinzas que ajudaram a realizar, é o mínimo que podem fazer.
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