O conflito na Ucrânia e as sanções impostas pelo bloco ocidental à Rússia causaram estragos nas economias europeias. E o Dr. Jack Rasmus, professor de economia e política no St Mary’s College, na Califórnia, pensa que esse era o plano de Washington desde o início.
O Banco Mundial informou na semana passada que, até ao final de 2022, a riqueza da Rússia em termos de paridade do poder de compra (PPC) ultrapassou pela primeira vez os 5 biliões de dólares – colocando-a à frente das três maiores economias da Europa Ocidental, a França, o Reino Unido e a Alemanha.
A Paridade do Poder de Compra é um índice que tem em conta a variação do custo dos bens e serviços entre os diferentes países e não apenas o produto interno bruto (PIB) ou até o PIB per Capita.
Esta ascensão económica da Rússia “representa realmente que a Europa está a abrandar a sua economia, em particular a Alemanha”, segundo afirmou Jack Rasmus.
“Muito tem a ver com as forças globais que foram postas em movimento pelos EUA, expulsando a Rússia, que fornecia energia mais barata, da economia da Europa Ocidental. E agora estão a pagar mais: eles – a Alemanha e a Europa – pagam mais pelos produtos americanos, em especial pela energia. E isso está a ter o seu preço. Está a abrandar a economia”.
Em Março de 2022, o Presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que o “rublo está em ruínas” devido às sanções ocidentais, pouco antes da moeda russa atingir a taxa de câmbio mais forte dos últimos anos face ao dólar americano.
Em Setembro desse ano, os gasodutos Nord Stream 1 e 2 foram sabotados, um acto que o premiado jornalista de investigação norte-americano Seymour Hersh revelou ter sido levado a cabo pela administração Biden.
Mas voltando às declarações do académico californiano, Rasmus defendeu que o crescimento económico da Rússia não significa que os EUA tenham falhado os seus objectivos estratégicos no conflito da Ucrânia.
“Os EUA estão a atingir os seus objectivos, que consistem em expulsar totalmente a Rússia da Europa Ocidental, e não apenas em termos energéticos, para que a economia e o capitalismo dos EUA possam entrar nesse vazio e tornar a Europa economicamente mais dependente dos EUA. É esse o objectivo desta guerra: tornar a Europa economicamente dependente dos EUA, o que permite aos EUA manipulá-la de muitas formas. Se olharmos para a Europa, ela está a deslizar para se tornar um vassalo económico dos Estados Unidos. Penso que esse era um objectivo. E, politicamente, a Europa não tem agora uma política externa. A NATO está a conduzir a política externa da Europa”.
O lúcido professor do St Mary’s College acrescentou que, ainda assim, o objectivo de longo prazo de Washington continua a ser a mudança de regime em Moscovo e a balcanização da Rússia.
“Esse tem sido o sonho dos neoconservadores desde 1999: debilitar e dividir a Rússia e para aceder aos seus recursos. Os neoconservadores têm dirigido a política dos EUA desde o final dos anos noventa, desde que Bill Clinton não conseguiu manter a braguilha fechada. O que eles querem, em última análise, é desmembrar a Rússia e entrar em guerra com a China”.
Analisando as posições e as políticas do regime Biden em relação à guerra na Ucrânia, as conclusões do Dr. Jack Rasmus fazem todo o sentido.
Como o Contra já noticiou, a economia alemã entrou em recessão no trimestre passado, enquanto o Deutsche Bank projectou iminentes crises de dívida para as empresas do Ocidente, com taxas de incumprimento recordistas, que podem atingir 11,5% nos EUA e 7,3% na Europa.
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