Numa orgia onanista que envergonha a imaginação dos autores distópicos de todos os tempos, Ursula von der Leyen recebeu das mãos de Justin Trudeau o prémio ‘Paz Mundial e Liberdade’.
Pausa para respirar fundo.
Se o prezado leitor ainda não ouviu falar da organização sem fins lucrativos World Law Foundation, está perdoado. Mas, apesar de existir apenas desde 2019, já criou um prémio descrito pela imprensa ocidental como nada menos que o “equivalente judicial” do Prémio Nobel da Paz.
Pelos vistos, é possível criar um think tank recheado de globalistas-elitistas e passado 4 anos anunciar que o comissariado tem o poder de conceder um gémeo do galardão que desde 1901 é atribuído, mal ou bem, pelo Comité Norueguês.
Neste contexto, há alguns dias atrás, os pesos pesados do establishment que fazem parte da World Law Foundation reuniram-se na sede das Nações Unidas em Nova York (onde mais poderia ser?) para o World Law Congress. Um dos grandes temas da agenda era a entrega do referido Prémio à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a líder suprema de Bruxelas, que o aceitou em nome da instituição oligárquica que dirige.
Uau. Escusado será dizer que o colégio de cabeçudos responsável pela selecção da entidade premiada era constituído por um ex-comissário da UE, ex-primeiros-ministros polacos e franceses, ex-presidentes da Eslovénia e da Letónia, e várias distintas figuras do capitalismo corporativo, das academias onde a elite aprende o elitismo e dos tribunais onde se aplica a injustiça dos poderes instituídos.
A gentil leitora poderá pensar que esta Comissão Europeia liderada por Von der Leyen teria sido uma candidata controversa a um prémio da paz, seja ele qual for, visto que está constantemente do lado do intervencionismo militar de Washington, tem apostado tudo, até a qualidade de vida dos seus cidadãos, na guerra da Ucrânia e fez questão de ser parte activa no caso de mudança de regime na Líbia e na guerra civil síria.
No ano passado, a pacifista von der Leyen disse isto:
“Pela primeira vez, a União Europeia financiará a compra e entrega de armas e outros equipamentos a um país que está sob ataque. É um momento que divide as águas”.
Atribuir um prémio da paz a alguém cuja reacção instintiva a um conflito armado foi o de inundar os territórios com ainda mais armas define a natureza do prémio que se atribui. Mas não é de estranhar e se calhar o Prémio Nobel é de facto a equivalência certa, dado que foi concedido ao ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, antes mesmo que ele pudesse ordenar mais bombardeamentos em África e no Médio Oriente.
Além disso, von der Leyen é a perfeita imagem da liberdade. A senhora liberta povos a um ritmo assustador. Liberta-os da prosperidade, liberta-os da democracia, liberta-os da responsabilidade de decidirem sobre as vacinas a que desejam ou não ser sujeitos, liberta-os da possibilidade de dizerem o que pensam nas redes sociais e de serem informados por órgãos de comunicação social independenres e liberta-os até da fastidiosa tarefa de se movimentarem de uma lado para o outro, conforme lhes aprouver. Para além de “separar as águas” como Moisés, Ursula é a Bolívar dos tempos modernos.
Em março de 2021, publicou isto no twitter:
“Apresentaremos este mês uma proposta legislativa para um Passe Verde Digital. O Passe Verde Digital vai facilitar a vida dos europeus. O objetivo é permitir que eles se movam gradualmente com segurança na União Europeia ou no exterior – para trabalho ou turismo.”
A raposinha convenientemente deixou de fora a parte sobre os europeus de repente ficarem sujeitos à autorização dos burocratas de Bruxelas para se deslocarem entre o ponto A e o ponto B, dependendo essa luz verde de estarem vacinados ou não contra a Covid, uma doença com uma incidência mortal próxima ou equivalente à gripe comum.
Mas é também natural que a Comissária queira impingir as vacinas aos cidadãos. Afinal, comprou 1.8 biliões delas, num negócio manhoso, feito por SMS com o CEO da Pfizer, sobre o qual ainda não forneceu quaisquer dados, nem mesmo quando foram requeridos por um comité de investigação da própria União Europeia.
Von der Leyen tem sido tão transparente com esse assunto quanto liberal é a sua Comissão com plataformas de media que arriscam desafiar os dogmas do establishment, emitindo proibições e criando legislação de cima para baixo que anulam até o direito constitucional sobre a matéria dos estados membros.
Neste contexto, e depois de se perguntarem quem seria um destinatário digno desse prémio global de liberdade e paz para chegarem à conclusão que a burocrata não eleita da UE que está a arrastar a Europa e o mundo para uma guerra com uma potência nuclear enquanto conduz os europeus para a pobreza – com a inflação, as altas taxas de juro e os impostos climáticos – e a escuridão intelectual – com a censura e a lógica de barricada – é, outra vez, completamente compreensível que os membros do World Law Foundation tenham escolhido para palhaço rico da cerimónia de entrega do troféu Justin Trudeau, cuja volição autoritária iguala ou ultrapassa os pergaminhos da entidade premiada.
O infame tirano canadiano também é um libertário por excelência, como todos sabemos. Depois de desencadear uma onda de repressão marcial contra um pacífico protesto de camionistas que se manifestava contra uma sociedade estruturada, pelos autoritários mandatos Covid do seu governo, em cidadãos de primeira e segunda classe, o primeira-ministro canadiano achou por bem bloquear contas bancárias dos cidadãos, como técnica de supressão da dissidência política. Este ano, conseguiu até ilegalizar o livre discurso no seu triste país.
Por este andar, a World Law Foundation vai atribuir em 2024 o Prémio de Excelência Atlética a Joe Biden, que será entregue pelo campeão olímpico dos 400 metros barreiras: Klaus Schwab.
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