A Rússia suspendeu na segunda-feira um acordo inédito em tempo de guerra que permite o escoamento de cereais da Ucrânia para países de África, do Médio Oriente e da Ásia, onde a fome é uma ameaça crescente e os elevados preços dos alimentos empurraram mais pessoas para a pobreza.
Global Food Crisis: EU Border Force Bracing for ‘Waves’ of Mass Migration as Global South Goes Hungryhttps://t.co/rWfJp5Fcoz
— Breitbart London (@BreitbartLondon) July 12, 2022
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Rússia suspenderá a Iniciativa para os Cereais do Mar Negro até que sejam satisfeitas as suas exigências para fazer chegar ao mundo os seus próprios alimentos e fertilizantes. Embora a Rússia se tenha queixado de que as restrições em matéria de transporte marítimo e de seguros têm dificultado as suas exportações agrícolas, a verdade é que tem exportado quantidades recorde de trigo. Ainda assim, Peskov disse que
“Quando a parte do acordo do Mar Negro relacionada com a Rússia for implementada, a Rússia voltará imediatamente à implementação do acordo”.
A suspensão marca o fim de um tratado que a ONU e a Turquia mediaram no verão passado para permitir a saída de alimentos da região do Mar Negro, depois da invasão russa do país vizinho ter agravado a crise alimentar mundial. A iniciativa contribuiu para baixar os preços do trigo, do óleo vegetal e de outros produtos alimentares.
A Ucrânia e a Rússia são ambos grandes fornecedores mundiais de trigo, cevada, óleo de girassol e outros produtos alimentares a preços acessíveis de que os países em desenvolvimento dependem.
O acordo sobre os cereais garantia que os navios não são atacados à entrada e à saída dos portos ucranianos, enquanto um outro compromisso facilitou a circulação de alimentos e fertilizantes russos. Embora as sanções decretadas pela Europa e pelos EUA não se apliquem aos carregamentos agrícolas de Moscovo, algumas empresas começaram a recusar fazer negócios com a Rússia devido às sanções do bloco ocidental. O Kremlin está agora a fazer com que o bloco ocidental prove um pouco da sua própria medicina.
Global Food Crisis: Inflation Incoming as Ukraine Grain Harvest to Fall by 20 Per Cent in 2022 – MODhttps://t.co/u6201K26ni
— Breitbart London (@BreitbartLondon) April 26, 2022
A suspensão do acordo fez com que os preços do trigo subissem cerca de 3% nos mercados americanos. Os analistas não esperam mais do que um aumento temporário dos preços dos produtos alimentares porque países como a Rússia e o Brasil aumentaram as exportações de trigo e milho, mas a insegurança alimentar a nível mundial está a crescer.
A Iniciativa para os Cereais do Mar Negro permitiu que três portos ucranianos exportassem 32,9 milhões de toneladas métricas de cereais e outros alimentos para o mundo, mais de metade dos quais para países em desenvolvimento, de acordo com o Centro de Coordenação Conjunto em Istambul.
O acordo foi renovado por 60 dias em maio, mas nos últimos meses, a quantidade de alimentos transportados e o número de navios que partem da Ucrânia diminuíram, com a Rússia a ser acusada de impedir a participação de mais navios.
A guerra na Ucrânia fez com que os preços dos produtos alimentares atingissem máximos históricos no ano passado e contribuiu para uma crise alimentar global também associada a outros conflitos, aos efeitos persistentes da pandemia Covid-19 e a más colheitas.
Food Crisis: Grain Shipments from Ukraine Falling https://t.co/YWrzD5LSSQ
— Breitbart London (@BreitbartLondon) February 19, 2023
Os elevados custos dos cereais necessários para a produção de alimentos básicos em países como o Egipto, o Líbano e a Nigéria agravaram os desafios económicos e ajudaram a empurrar milhões de pessoas para a pobreza ou a insegurança alimentar.
Simon Evenett, professor de comércio internacional e desenvolvimento económico na Universidade de St. Gallen, na Suíça, afirmou recentemente:
“O acordo do Mar Negro é absolutamente crítico para a segurança alimentar de vários países e a sua perda irá agravar os problemas daqueles que enfrentam elevados níveis de dívida.”
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) declarou este mês que 45 países necessitam de assistência alimentar externa, uma vez que os elevados preços dos alimentos a nível local são “um factor de níveis preocupantes de fome” nesses locais.
O acordo sobre os cereais tem sofrido reveses desde que foi mediado pela ONU e pela Turquia: em Novembro de 2022, após o ataque ucraniano a Sevastopol, a Rússia suspendeu o tratado. Mas em Março deste ano, reactivou-o por 60 dias, prorrogando-o em Maio por mais 6 meses, em vez dos habituais 120. A quantidade de cereais embarcados por mês caiu de um pico de 4,2 milhões de toneladas em Outubro para 1,3 milhões de toneladas em Maio, o volume mais baixo desde que o compromisso foi firmado internacionalmente. As exportações aumentaram em Junho para um pouco mais de 2 milhões de toneladas, graças a navios maiores, capazes de transportar mais carga.
A Ucrânia acusou a Rússia de impedir a entrada de novos navios desde o final de Junho. As inspecções conjuntas destinadas a garantir que os navios transportam apenas cereais (e não armas) também abrandaram consideravelmente.
Questionado na segunda-feira sobre se o ataque a uma ponte que liga a península da Crimeia à Rússia foi um factor na decisão sobre o acordo de cereais, o porta-voz do Kremlin disse que não foi esse o caso.
Entretanto, os carregamentos de trigo da Rússia atingiram máximos históricos na sequência de uma grande colheita. O país exportou 45,5 milhões de toneladas no ano comercial de 2022-2023, com outro recorde de 47,5 milhões de toneladas esperado em 2023-2024, de acordo com estimativas do Departamento de Agricultura dos EUA.
Relacionados
10 Set 24
EUA: Já ninguém acredita que o ‘sonho americano’ seja viável.
Uma nova sondagem revela que apenas um terço dos americanos pensa que o 'sonho americano' ainda está vivo. Na vertente económica, como na política, como na cultural, como na científica, vamos deixar aos nossos filhos um mundo muito pior do que os nossos pais nos legaram.
4 Set 24
Reino Unido: 1,6 milhões de imigrantes estão desempregados e custam 8,5 biliões de libras por ano aos contribuintes.
1.689.000 de estrangeiros residentes no Reino Unido estão “economicamente inactivos”, custando aos contribuintes britânicos pelo menos 8,5 biliões de libras por ano, de acordo com um novo relatório do Centro de Controlo da Imigração governamental.
30 Ago 24
Presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, anuncia cortes nas taxas de juro para o Outono.
Jerome Powell anunciou uma possível redução nas taxas de juro para Outubro, mas tanto americanos como europeus vão continuar a ser roubados, pelos bancos e nos supermercados, nos próximos anos, graças aos erros de génios de celofane como o presidente da Reserva Federal.
16 Ago 24
Nasdaq isenta os parceiros comerciais chineses das políticas woke que impõe aos americanos.
Talvez fosse possível, por hipótese absurda, suportar toda a falsa sinalização de virtudes por parte da canalhada do capitalismo woke, se as políticas de identidade fossem aplicadas igualmente a todas as empresas. Não é esse o caso.
12 Ago 24
Enquanto ameaçava o Kremlin com guerra aberta, Macron comprou 600 milhões de euros de gás natural aos russos.
Ao mesmo tempo que o Presidente francês, Emmanuel Macron, ameaçava enviar tropas para a Ucrânia para lutar contra a Rússia, o seu país estava a comprar 600 milhões de euros de gás natural a Moscovo. O Anão Napoleão é um hipócrita recordista.
9 Ago 24
Espantoso: Pfizer está a adquirir outras farmacêuticas para lucrar com as doenças causadas pelas suas vacinas Covid.
Reforçando a sua vil reputação, a Pfizer está a comprar empresas que tratam miocardites, cancros, problemas circulatórios e disfunções imunológicas, de forma a lucrar com os males causados pelas suas terapias genéticas experimentais.