Imaginemos que alguém nos dizia que, no período que antecedeu as eleições presidenciais americanas, o FBI tentou prejudicar um candidato a mando da campanha adversária, inventando uma falsa narrativa de conluio com Moscovo.
E imaginemos que esta conspiração implicava não só o FBI, mas também a Casa Branca, o Departamento de Justiça e a CIA – e que quase toda a imprensa corporativa alinhava nela, espalhando alegremente a falsa narrativa de que este candidato era um agente russo, publicando história após história de disparates fabricados num esforço coordenado para garantir a vitória do candidato adversário.
Em tempos normais, zombaríamos de uma história tão bizarra, descartá-la-íamos como o enredo de um romance de Tom Clancy. Isso nunca poderia acontecer na América, dir-se-ia, onde acontecem eleições livres e justas, dentro do contexto do estado de direito. E, de qualquer modo, os media nunca permitiriam que isso acontecesse. Estariam demasiado empenhados em expor a conspiração e em reclamar, com razão, uma história do tipo Watergate para si próprios.
Mas não vivemos tempos normais. Tudo isto aconteceu realmente em 2016, relatado em todos os seus pormenores de fazer cair o queixo no relatório de 306 páginas do conselheiro especial John Durham, publicado na segunda-feira após quase quatro anos de investigação. A principal conclusão do relatório é que o FBI da era Obama lançou uma investigação completa à campanha de Trump, com o nome de código Crossfire Hurricane, no Verão de 2016, apesar de não ter provas de qualquer conluio entre Trump e a Rússia.
Não só isso, mas funcionários ao mais alto nível do governo dos EUA, incluindo o Presidente Obama, sabiam que toda a falsa narrativa de que Trump estava em conluio com Moscovo tinha sido completamente inventada pela campanha de Clinton, num esforço para armar o governo federal contra o candidato populista e distrair a atenção do escândalo do servidor de e-mail de Hillary Clinton.
O relatório Durham relata como, em Agosto de 2016, o director da CIA, John Brennan, informou Barak Obama, o vice-presidente Joe Biden, a procuradora-geral Loretta Lynch, o director do FBI, James Comey, e outros altos funcionários da administração sobre aquilo a que o relatório chama o “Plano Clinton”, um esquema que Hillary aprovou em Julho de 2016 “para difamar Donald Trump, provocando um escândalo que alegava a interferência dos serviços de segurança russos”.
Por outras palavras, todos estes altos funcionários, algumas das pessoas mais poderosas do governo federal, sabiam, logo no Verão de 2016, que a campanha de Clinton tinha um plano para provocar um escândalo, alegando falsamente um conluio entre Trump e Moscovo. Mas todos eles ignoraram este facto importante quando o FBI lançou o Crossfire Hurricane, mais ou menos na mesma altura, com base em alegações rebuscadas de que Trump era um agente russo – alegações que foram feitas no dossier Steele, uma peça de investigação de oposição que a própria campanha Clinton tinha pago.
O FBI sabia de tudo isto, tal como a CIA, mas ignorou-o para manter vivo o Crossfire Hurricane, juntamente com a narrativa de que Trump era um traidor ao serviço do Kremlin. Nesse Outono, o FBI utilizou o fraudulento dossier para obter mandatos FISA e espiar a campanha de Trump. Tudo isto acabou por ser divulgado à imprensa, complacente e activista, e assim nasceu o escândalo Trump-Rússia de Clinton – sem um pingo de provas e, de facto, apesar de provas significativas em contrário.
A farsa do conluio russo foi inventada apenas porque as pessoas mais poderosas da comunidade de inteligência e de aplicação da lei dos EUA queriam uma desculpa para usar o governo federal como arma contra Donald Trump. Eles não queriam que ele fosse presidente, é tão simples como isto. Para eles, não importava a vontade dos eleitores; eles achavam que sabiam mais. Por isso, sentiram que qualquer abuso de poder era justificado para impedir Trump de ganhar a Casa Branca.
O facto de terem falhado não serve de consolo nenhum, porque sabemos que o fracasso não dissuadiu estas pessoas.
Quando o ciclo eleitoral seguinte chegou, os mesmos intérpretes, incluindo Brennan, estavam de volta, usando o seu poder e influência para moldar as percepções públicas da campanha e impingir falsidades ao povo americano. Foi Brennan, afinal, que trabalhou com o director-adjunto da CIA, Michael Morell, para produzir uma carta assinada por dezenas de antigos funcionários dos serviços secretos, em Outubro de 2020, denunciando a história do portátil de Hunter Biden como tendo, nas palavras de Brennan, “todas as marcas clássicas de uma operação de informação russa” – outra alegação bizarra para a qual não havia qualquer prova.
Desta feita foram bem sucedidos.
Sabemos, também, que os media corporativos não se deixam intimidar nem sustêm o seu alucinante ritmo propagandista por estes episódios embaraçosos. Alguns dos meios de comunicação social que mais fizeram para promover o embuste do conluio russo foram recompensados pelos seus esforços com prémios Pulitzer e outras distinções. Nenhum deles se retratou das suas histórias falsas, e quase todos reagiram na segunda-feira ao relatório de Durham, descartando-o como um “grande nada”, sem acusarem qualquer consciência sobre os seus erros.
Para além da falta de vergonha dos meios de comunicação social e da corrupção dos funcionários do governo, o relatório de Durham é um lembrete preocupante de que a federação americana chegou a ponto insustentável, tanto no seu plano constitucional como moral. Quando as forças da lei e as agências de informação do governo federal podem ser usadas como arma para minar um candidato a um alto cargo político, a democracia e o princípio da representação estão defuntos.
O relatório traduz também uma evidência: a de que os americanos viveriam melhor sem o FBI do que com a agência corrupta que têm agora, que considera adequado traficar desinformação, espalhar teorias da conspiração e estrangular o processo democrático sempre que surge um candidato que ameaça o status quo. Esta é a verdadeira lição do relatório Durham, e os cidadãos da federação americana podem ingnorá-lo. Mas por sua conta e risco.
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