De acordo com o que foi noticiado pelo The New York Post, a autoridade tributária norte-americana (IRS) retirou na semana passada a equipa de investigação do processo de fraude fiscal que incide sobre Hunter Biden, em clara retaliação contra o informador que recentemente contactou o Congresso para alegar um encobrimento do caso.
A purga terá sido feita por ordem do Departamento de Justiça, segundo informaram Mark Lytle e Tristan Leavitt, os advogados do denunciante numa carta dirigida aos líderes do Congresso:
“Hoje, o Agente Especial de Supervisão Criminal do IRS que representamos foi informado de que ele e toda a sua equipa de investigação estão a ser afastados do inquérito sensível e de alto perfil sobre o qual o nosso cliente procurou fazer revelações ao Congresso. Ele foi informado de que a mudança foi feita a pedido do Departamento de Justiça”.
O denunciante, que supervisionou a investigação a Hunter Biden desde o início de 2020, não identificou publicamente o filho do Presidente como o personagem central do caso que ele diz estar a ser varrido para debaixo do tapete, mas fontes do Congresso confirmaram essa identidade.
Na declaração à imprensa, os advogados do denunciante acrescentaram:
“A 27 de Abril de 2023, o Comissário do IRS Daniel Werfel compareceu perante o Committee on Ways and Means da Câmara. E testemunhou: ‘Posso dizer sem qualquer hesitação que não haverá retaliação para quem fizer uma alegação ou uma chamada para uma linha directa de denúncia’. No entanto, esta acção é claramente retaliatória e pode também constituir uma obstrução a um inquérito do Congresso. O nosso cliente tem o direito de fazer revelações ao Congresso. Está protegido pela lei contra acções de retaliação – incluindo ser submetido a uma ‘alteração significativa dos deveres, responsabilidades ou condições de trabalho’, que é claramente o caso. Qualquer tentativa, por parte de qualquer funcionário do governo, de impedir um funcionário federal de fornecer informações ao Congresso constitui também uma violação directa da restrição de longa data relativa às dotações. Para além disso, a lei considera crime a obstrução de uma investigação do Congresso”.
Os advogados concluíram a sua declaração apelando aos congressistas:
“Pedimos respeitosamente a vossa pronta atenção para este assunto. Retirar investigadores experientes que trabalharam neste caso durante anos e que são agora peritos na matéria é exactamente o tipo de procedimento que o nosso cliente pretende denunciar.”
O IRS e o Departamento de Justiça não responderam imediatamente aos pedidos de comentário por parte do New York Post. A equipa jurídica de Hunter Biden e a Casa Branca também não responderam até agora.
Hunter, de 53 anos, está a ser investigado por não pagar impostos sobre milhões de euros de rendimentos provenientes, em grande parte, do estrangeiro.
O filho mais velho de Joe Biden escreveu em comunicações retiradas do portátil abandonado que pagava até “metade” dos seus rendimentos ao pai e que envolvia frequentemente o então Vice-Presidente nas suas relações comerciais internacionais.
A denúncia do IRS surgiu no mês passado, quando Lytle informou o Congresso de que o seu cliente queria partilhar informações sobre o “tratamento preferencial” no caso Hunter Biden e o alegado falso testemunho ao Congresso do Procurador-Geral Merrick Garland, que repetidamente assegurou aos legisladores que o Procurador dos EUA de Delaware, David Weiss, pode tomar unilateralmente decisões de acusação na investigação.
O informador, que ainda não compareceu no Capitólio, já fez revelações aos inspectores-gerais dos departamentos da Justiça e do Tesouro.
Apenas uma semana depois do denunciante se apresentar, os advogados de Hunter reuniram-se com líderes do Departamento de Justiça num sinal de que uma decisão de acusação pode estar para breve na investigação de fraude fiscal que supostamente começou em 2018.
A NBC noticiou no mês passado que havia uma “frustração crescente” dentro do FBI com o facto de Weiss, um funcionário da administração Trump recomendado para o cargo pelos dois senadores democratas de Delaware, ainda não ter apresentado acusações contra Hunter Biden depois de o departamento ter concluído a maior parte do seu trabalho no ano passado.
Um outro denunciante informou este mês o senador Chuck Grassley (R-Iowa) de que o FBI tem um ficheiro de 2020 em que informadores alegam que Joe Biden aceitou subornos enquanto vice-presidente. O presidente do Comité de Supervisão da Câmara dos Representantes, James Comer (R-Ky.), emitiu uma intimação para o efeito, mas na semana passada o FBI recusou-se a entregar o documento ao Congresso.
Hunter confirmou que estava a ser investigado por fraude fiscal pouco depois de o seu pai ter ganho as eleições de 2020, e terá pedido emprestado cerca de 2 milhões de dólares no ano passado para pagar impostos em atraso, embora isso não o absolva legalmente do não pagamento original.
A investigação federal supostamente analisou se Hunter lavou dinheiro, violou a Lei de Registo de Agentes Estrangeiros e mentiu sobre seu uso de drogas num formulário de compra de armas.
Entretanto, os republicanos da Câmara dos Representantes estão a investigar o papel do Presidente Biden nos negócios da sua família no estrangeiro, através dos quais Hunter Biden e o seu primeiro irmão James Biden ganharam milhões com parcerias com pessoas ricas em países onde o seu poderoso parente detinha o poder.
Joe Biden reuniu-se em muitas ocasiões com os parceiros comerciais dos seus familiares – incluindo chineses, cazaques, mexicanos, russos e ucranianos – e os republicanos da Câmara dos Representantes alegam que os membros da família Biden não ofereciam serviços comerciais legítimos e estavam apenas a vender acesso ao governo dos EUA.
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