No princípio era o Verbo, o Verbo estava em Deus e o verbo era Deus.
João 1:1
Segundo capítulo de um breve ensaio sobre a pertinência da Bíblia como manual de auto ajuda para superação dos intrincados problemas existenciais inerentes à condição humana.
Primeiro capítulo, dedicado ao Antigo Testamento, aqui.
No Grego original dos evangelhos o pecado é apenas um erro. Mas não é por apenas errares que te salvas do inferno.
Pelas tuas palavras serás justificado e pelas tuas palavras serás condenado.
Mateus 21:37
Os 27 livros do Novo Testamento, e alguns outros do Antigo, foram originalmente redigidos em grego clássico. A vulgata latina e a tradição anglosaxónica instituíram que o substantivo “pecado” e o verbo “pecar” traduzissem a palavra grega “Hamartía” (άμαρτία) que na verdade significa a menos gravosa acção de errar, e que se relaciona com o verbo “Hamartánó” (errar o alvo). Mas atenção: se é verdade que errar é humano – e que não significa, necessariamente, pecar – aos olhos de Cristo o teu erro é trágico. Principalmente o erro no discurso, que produz a mentira, a blasfémia e, nos tempos que correm, as imprensa corporativa. Falhar no acertado uso da palavra é uma espécie de queda, repetida e catastrófica, num drama dantesco: o eterno incêndio da tua alma.
A santidade de Cristo não reside no seu humanismo, mas na capacidade de amar incondicionalmente o homem, sabendo que existe nele uma inexorável tendência para o mal.
Mas Deus prova o seu amor para connosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.
Romanos 5:8
Há uma boa razão para que as epístolas de Paulo, mesmo as apócrifas, sejam extremamente populares junto dos crentes e bastante apelativas para aqueles que encontram na Bíblia o prazer da literatura: é que estão carregadas dos pequenos e grandes defeitos que dão textura à humanidade. O apóstolo de Tarso expõe e critica constantemente os desvios para o mal nas assembleias de primeiros cristãos espalhadas pelo Mediterrâneo e rezinga veementemente contra as perversidades e as invejas, as rivalidades e as barbaridades que proliferam entre os seus acólitos. Trata-se, claro, de um eficaz truque da retórica evangelista, porque é precisamente através da indexação das infâmias adstritas à natureza humana que melhor compreendemos o carácter divino de Cristo, o derradeiro super-herói da metafísica: aquele que sobe ao sacrifício da cruz para salvar uma raça infame de idólatras, bandidos e assassinos.
Jesus Cristo não era nenhum hippie marxista. A sua intratável exigência moral não é compatível com o sexo livre, o abuso de psicotrópicos ou a niilista sonegação da propriedade de Tibério Cláudio.
Dá a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.
Mateus 22:21
Primeiro Proudhon, depois Marx, a seguir Nietzche e mais à frente os pós-modernistas todos investiram num combate furioso ao cristianismo e aos seus dogmas, com implicações na forma como ainda hoje representamos oniricamente Jesus: um anarca gadelhudo, em saiotes coloridos, saído de Woodstock ou de uma manifestação de ocupas. Acontece que o nazareno não partilhava de todo das convicções filosóficas dos três grandes mestres e das relatividades escolásticas da Sorbonne. Os seus exigentes patamares morais, que cumpria com escrúpulo fanático e de que era intransigente campeão, desesperavam até os seus discípulos. Qualquer figurinha diletante do género John Lennon o horrorizaria por certo e sabemos bem que só conseguiu perdoar a promiscuidade sexual a uma mulher que, não por acaso, fazia disso o seu ganha pão. E quanto ao direito à propriedade, estamos conversados: não há revolução que legitime o roubo e se os homens nascem iguais perante Deus, vão chegar com certeza diferentes ao dia do Juízo. A revolução do espírito não serve para libertar escravos ou enriquecer fariseus. O seu objectivo é a salvação da tua alma, não da tua vida.
Aqueles que fazem a revolução pelo revisionismo histórico e pela implosão cultural encontram nos Evangelhos uma séria advertência.
Jesus veio a Nazaré onde se tinha criado. Segundo o seu costume entrou em dia de sábado na sinagoga e levantou-se para ler. Entregaram-lhe o livro do profeta Isaías e, desenrolando-o, deparou com a passagem em que está escrito: ‘O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa Nova aos pobres. Enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, o recobrar da vista. Enviou-me para mandar em liberdade os oprimidos e a proclamar um ano de graça da parte do Senhor’. Depois enrolou o livro, entregou-o ao responsável e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. Começou então a dizer-lhes: Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura que acabais de ouvir.
Lucas 4:16-21.
Jesus Cristo sabia muito bem que ninguém faz uma revolução sozinho e por isso os apóstolos. Mas sabia melhor ainda que olvidar a história, a fé e a cultura do seu povo seria um erro monumental que iria criar obstáculos à eficácia da sua mensagem. Por isso é que nos quatro Evangelhos registamos uma preocupação constante por parte do Messias em indexar os seus actos, principalmente os de carácter sobrenatural como as curas milagrosas, às profecias dos antigos, que estavam expressas e eram ensinadas no Antigo Testamento. Que sirva essa humildade de lição para os revolucionário de agora, que na ilusão do seu poder imenso acreditam que é possível edificar um futuro pela obliteração do passado. Que é possível mudar o mundo no desrespeito pela história. Até o filho de Deus sabia que não é esse o caso.
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