A batalha por Bakhmut parece ser muito mais significativa do que os meios de comunicação social nos querem fazer crer e Zelensky já disse, em recentes declarações à Associated Press, que se perder Bakhmut, será empurrado para um compromisso com a Rússia.
“Se perdermos Bakhmut a nossa sociedade sentir-se-á cansada e pressionar-me-á a um compromisso com os russos”.
Zelensky acrescentou ainda que nessa eventualidade, Vladimir Putin poderia “vender esta vitória ao Ocidente, à sua sociedade, à China, ao Irão” como alavanca para procurar um acordo de cessar-fogo que envolveria a cedência de territórios a Moscovo. o Presidente ucraniano acrescentou que
“Se ele sentir o cheiro do sangue – se sentir que somos fracos – vai pressionar, pressionar, pressionar.”
As forças russas estão perto de cercar a cidade de Bakhmut, mas a batalha ainda está em curso, enquanto a Kiev continua a enviar soldados para esta região que entretanto já é conhecida como o “triturador de carne”. Efectivos ucranianos que lutam na linha da frente disseram aos meios de comunicação social que os soldados estão a ser enviados para a batalha com muito pouco treino, apoio, e munições.
Os comentários de Zelensky sobre Bakhmut surgem depois de ele ter dito que Kiev não poderia lançar uma contra-ofensiva a menos que os seus apoiantes ocidentais fornecessem ainda mais armas.
“Os Estados Unidos compreendem que se deixarem de nos ajudar, não ganharemos”.
Entretanto, o Washington Post, citando um comandante de batalhão ucraniano, relatou na semana passada que “todos” os soldados ucranianos com experiência de combate “estão já mortos ou feridos” – o que pode pôr em risco a planeada “ofensiva da Primavera” anunciada pelo regime de Zelensky com o objectivo de retomar os territórios entretanto perdidos para as forças russas.
A qualidade da força militar da Ucrânia, outrora considerada uma vantagem substancial sobre a Rússia, foi degradada por um ano de baixas que tiraram muitos dos combatentes mais experientes do campo de batalha, levando alguns oficiais ucranianos a questionar a prontidão de Kiev para montar uma contra-ofensiva.
Apesar da Ucrânia não revelar o seu número de baixas, oficiais norte-americanos e europeus estimaram que cerca de 120.000 soldados ucranianos foram mortos ou feridos desde o início da invasão russa, há um ano atrás, em comparação com cerca de 200.000 do lado russo (números também não oficiais), que tem um exército muito maior e cerca do triplo da população como base de recrutamento.
Estatísticas à parte, um afluxo de recrutas inexperientes, trazidos para colmatar as perdas, alterou o perfil da força ucraniana, que também sofre de escassez básica de munições, incluindo cartuchos de artilharia e bombas de morteiro, de acordo com o pessoal militar no terreno. Um comandante de batalhão da 46ª Brigada de Ataque Aéreo, que foi identificado apenas pelo seu indicativo de chamada, Kupol, disse ao WaPo que:
“A coisa mais valiosa na guerra é a experiência de combate. Um soldado que sobreviveu a seis meses de combate e um soldado que veio de um campo de tiro são dois soldados diferentes. É o céu e a terra. E há apenas alguns soldados com experiência de combate. Infelizmente, muitos deles já estão mortos ou feridos”.
O Kyiv Independent, um órgão de propaganda pró-Ucrânia apoiado pelo Ocidente, publicou um artigo igualmente desolador sobre a guerra no início da semana passada, detalhando como os soldados ucranianos sabem que estão a ser “enviados para a morte” em Bakhmut e lamentando como a Rússia já pode “saborear a vitória”.
Tais avaliações sombrias espalharam o pessimismo nas linhas da frente e nos corredores do poder em Kiev. Isto apesar da propaganda oficial do regime: o próprio Volodymyr Zelensky descreveu 2023 como “o ano da vitória” para a Ucrânia. O seu chefe dos serviços secretos militares, Kyrylo Budanov, sugeriu até a possibilidade de os ucranianos passarem férias este Verão na Crimeia, a península anexada pela Rússia em 2014.
Mas parece que os ucranianos que sobreviverem a esta guerra terão que escolher outro local para gozarem a época balnear.
Relacionados
22 Nov 23
Ministro israelita afirma que ataque nuclear a Gaza é “uma opção”.
A afirmação é destituída de senso, até porque uma explosão nuclear em Gaza afectaria o território de Israel, mas não deixa de ser eloquente sobre a mentalidade do governo sionista. Que de uma maneira geral pensa, como Amichai Eliyahu, que "não há não-combatentes em Gaza".
14 Nov 23
Memorando interno do Departamento de Estado dos EUA: “Israel está a cometer crimes de guerra em Gaza.”
O regime Biden está dividido sobre o conflito em Gaza e 100 funcionários do governo federal assinaram um documento que não mede críticas à dualidade de critérios com que a Casa Branca está a avaliar os crimes de guerra cometidos pelas partes beligerantes.
9 Nov 23
Diplomacia dos EUA e da Europa pressiona Zelensky para negociar a paz com a Rússia.
A diplomacia americana e europeia está a pressionar Zelensky para se sentar à mesa das negociações com Putin e considerar aquilo que pode sacrificar para chegar à paz. É no entanto de prever que o Kremlin assuma uma posição de força, dada a situação no teatro das operações.
1 Nov 23
Número de mortos em Gaza sobe para 8.500. Mais de 3.500 são crianças.
A resposta desproporcional solicitada por tantos comentadores no Ocidente está a ser servida pelas Forças de Defesa Israelitas. E a ofensiva terrestre ainda mal começou.
1 Nov 23
Primeiro-ministro do Egipto: “estamos prontos a sacrificar milhões de vidas para impedir os palestinianos de entrarem no nosso território.”
Mostafa Madbouly declarou peremptoriamente que nenhum refugiado palestiniano será aceite no Egipto, mesmo que isso implique a morte de milhões de pessoas. É mais que certo que os palestinianos que sobreviverem à ira israelita vão acabar nas praias do sul da Europa.
30 Out 23
Político sionista quer que Gaza seja bombardeada como Dresden.
Adepto de uma "solução final" para o problema palestiniano, Moshe Feiglin faz constantes declarações que são um alerta que se escreve sozinho sobre as verdadeiras intenções dos sionistas para a Faixa de Gaza.