Mensagens de correio electrónico divulgadas num artigo de Subtack escrito pelo jornalista David Zweig mostram que a Casa Branca tinha a intenção de pressionar a plataforma WhatsApp para que censurasse conversas privadas sobre “cepticismo vacinal”.
A revelação é talvez ainda mais alarmante do que os esforços da administração Biden no sentido de obliterar a dissensão nas redes sociais, como o Facebook e o Twitter, porque o esforço de censura era relativo à troca de comunicações pessoais, encriptadas, que podiam até ocorrer apenas entre duas pessoas.
A partir de Março de 2021, Rob Flaherty, o Director de Estratégia Digital da Casa Branca de Biden, exigiu ao proprietário da WhatsApp Meta que explicasse as acções que estava a tomar para intervir em conversas privadas sobre a vacina COVID entre os utilizadores da WhatsApp. Nos emails trocados, Flaherty chega ao ponto de fazer esta pergunta:
“Se não conseguem ver as mensagens, estou genuinamente curioso, como sabem que tipo de mensagens cortar”?
Flaherty e Andrew Slavitt, então o Conselheiro Sénior da Casa Branca para a resposta à Covid, exigiram comunicar telefonicamente com um executivo da Meta, a empresa liderada por Zuckerberg que é proprietária do WhatsApp, um “par de vezes por semana”, se necessário, para supervisionar a censura. A 9 de Abril de 2021, Flaherty escreveu:
“Preocupo-me sobretudo com as acções e mudanças que estão a ser feitas para garantir que não estão a agravar o problema de hesitação de vacinas do nosso país. Ainda não tenho uma resposta boa e empírica sobre o quão eficaz têm sido na redução da propagação de conteúdos cépticos de vacinas e de desinformação às pessoas que tomam vacinas”.
A Casa Branca queria que as mensagens sobre vacinas fossem colocadas “sob controlo”, uma interferência arrepiante em conversas privadas. Zweig pergunta-se:
“O que esperava ele, exactamente, que a Meta fizesse? Era óbvio desde o início que o interface do WhatsApp não permitia o controlo que Flaherty desejava. E algumas da conversas mantidas por correio electrónico sugerem que ele compreendeu bem isso. No entanto, continuava a maltratar os executivos da Meta”.
A Meta foi incapaz de satisfazer as exigências da administração Biden, talvez porque censurar directamente as comunicações dos utilizadores com os seus amigos e familiares teria representado um enorme desastre de relações públicas, já que a companhia promete um serviço de interacção privada e altamente encriptada.
Relacionados
20 Jan 25
Última entrevista de Joe Biden à MSNBC foi derrotada nas audiências por repetições de ‘Seinfeld’ e ‘Family Guy’.
Joe Biden concedeu uma última entrevista a Lawrence O'Donnell, da MSNBC, este fim de semana. De tão apelativa, a emissão recolheu menos audiências que repetições de programas como Seinfeld, Family Guy e South Park.
17 Jan 25
União Europeia multa Meta em quase um bilião de euros por práticas abusivas no Facebook Marketplace.
A Comissão Europeia impôs uma pesada sanção financeira à Meta, a empresa-mãe do Facebook, alegando práticas anti-concorrenciais associadas ao seu serviço Marketplace.
14 Jan 25
Jornalista da BBC condenado por abuso sexual de menores.
Duncan Bartlett, antigo jornalista da BBC, foi condenado a 8 anos de prisão depois de ter admitido 35 crimes de abuso sexual de menores. É o último de uma série de funcionários da estação de propaganda britânica condenados por crimes de abuso de crianças e animais.
10 Jan 25
Preconceito e activismo: ‘Jornalistas’ alemães apoiam maioritariamente partidos de esquerda.
Um estudo recente efectuado por uma universidade de Dortmund revelou que, dos 'jornalistas' alemães dispostos a revelar a sua filiação partidária, 82% apoiam os partidos de esquerda.
9 Jan 25
A fantástica carapuça de Zuckerberg.
Não foram por certo valores morais que levaram o patrão da Meta a dar a cambalhota necessária para ficar em posição de defender a liberdade de expressão, provocando a ira dos poderes instituídos no Brasil e na Europa. Uma crónica de Walter Biancardine.
8 Jan 25
Surrealista: Marck Zuckerberg é agora um adepto do livre discurso e um adversário dos ‘verificadores de factos’.
Num vídeo publicado no Instagram, Zuckerberg delineou a nova direcção da empresa, que vai alegadamente dar prioridade à liberdade de expressão e acabar com a moderação de conteúdos ideologicamente conduzida. Há que ver para crer.