Os Estados Unidos da América da actualidade estão muito longe da promessa de liberdade que os pais fundadores tentaram constituir. E os americanos que acreditam que vivem num país com garantias constitucionais que os protegem da tentação totalitária que é imanente na história política da humanidade estão a dormir há décadas.

Uma das muitas provas provadas desta afirmação surge pela pena de Yeonmi Park. No seu livro “While Time Remains: A North Korean Defector’s Procurar for Freedom in America”, a imigrante fugida da Coreia do Norte e estabelecida em terras do Uncle Sam denuncia o que é óbvio: a esquerda americana  tornou-se de tal forma autoritária que até assusta as pessoas oriundas daquela que é uma das mais ferozes ditaduras das história da humanidade.

Park emite um aviso muito sério sobre as ameaças que pairam sobre o famoso, e agora praticamente extinto, modo de vida americano.

Quando a autora tomou a corajosa decisão de fugir da Coreia do Norte aos 13 anos de idade, não podia ter imaginado a vida que a esperava. Depois de suportar a barbaridade do regime dominante da Coreia do Norte, actos indescritíveis de violência sexual como vítima de uma rede de tráfico humano na China, e uma caminhada através do deserto gelado de Gobi, Park conseguiu escapar para a Coreia do Sul e, eventualmente, para os Estados Unidos. Embora a sua vida nos EUA lhe tenha dado um profundo apreço pelas garantias cosntitucionais mais básicas, as experiências de Park na América alertaram-na para uma questão muito mais vasta e negligenciada por todo nós, no Ocidente – a fragilidade da liberdade.

“While Time Remains” denuncia a intolerância com que os poderes instituídos na América contemporânea tratam os indivíduos que se recusam a subscrever a sua visão do mundo e que está a conduzir o país por um caminho totalitário, no qual a liberdade de expressão e o pensamento independente são abandonados em favor da conformidade grupal.

“A nova ideologia pode começar apenas num pequeno número de salas de aula, ou de redacções, ou de aparelhos butocráticos. Mas estas pequenas ideias marginais mantidas por um pequeno número de jovens e adultos imaturos em indústrias isoladas, localizadas em partes excêntricas do país, podem lenta mas seguramente tornar-se a cultura dominante de toda a sociedade. Especialmente se a nova ideologia funcionar em benefício das elites políticas, financeiras e culturais, que terão todo o prazer em adoptá-la como dogma na generalidade das instituições de poder do país”.

Para ilustrar o processo revolucionário em curso, Park leva os leitores numa viagem através dos seus encontros pessoais com a filosofia distorcida e radical da esquerda americana, incluindo os métodos de lavagem ao cérebro que são a imagem de marca da academia anglo-saxónica. Enquanto estudante da Universidade de Columbia, Park relata o exemplo de um professor que, contra qualquer vestígio de bom senso, afirmou que as obras literárias de Jane Austen promoviam “a opressão feminina, o racismo, o colonialismo, e a supremacia branca”. Considerando a afirmação ridícula e calculando que não estava a perceber bem o que o professor queria dizer, a autora perguntou mais tarde a uma colega se o seu entendimento de tais palavras estava correcto. Disse-lhe a colega:

“Os livros de Jane Austen propagam a ideia de que as mulheres são inferiores aos homens; que apenas os homens brancos são plenamente evoluídos e capazes de pensar a um nível superior; que a salvação só é alcançável através do dogma do cristianismo. É assim que procuramos o racismo e a opressão sistémica que está oculta'”.

Como alguém que vem de um país que é um inferno na terra, Park sabe bem que esta lógica distorcida expõe efectivamente o absurdo do pensamento esquerdista e o seu ódio à cultura ocidental. Absurdos como este, que proliferam no meio académico norte-americano, demonstram como a corrupção ideológica do sistema educativo produz fileiras de apparatchiks que procuram combater os valores constitucionais da América e que continuam a povoar as instituições governamentais e as grandes corporações.

Ao longo do livro, Park destaca inúmeras questões relevantes para a actual guerra civil americana, incluindo a cultura do cancelamento e o crescente desrespeito pelos princípios fundadores da federação. Alguns dos pontos mais notáveis do livro estão no último capítulo, onde Park discute a necessidade de uma segunda Revolução Americana, que restabeleça axiomas libertários como a responsabilidade individual e enfatize o papel da governação local.

“Há demasiado tempo que contamos com o governo federal de Washington para resolver todos os nossos problemas e para resolver todas as nossas diferenças. Mas não é tarefa do presidente fixar o sistema escolar local; não é tarefa do Supremo Tribunal tomar decisões sobre a família ou as comunidades. Essa tarefa é minha e de todos nós: participar todos os dias na auto-governação, em vez de entregar essa responsabilidade aos políticos”.

O apelo libertário de Park contrasta fortemente até com o discurso e a praxis da maioria dos representantes republicanos, já para não falar dos comissários soviéticos do Partido Democrata. É um impulso refrescante para o activismo de base que não encerra apenas a importância da auto-governação, mas também o verdadeiro espírito constitucional dos “pais fundadores”.

“While Time Remains” oferece aos leitores uma investigação abrangente sobre algumas das maiores batalhas filosóficas que os americanos enfrentam como nação. E é um alerta, se bem que talvez tardio, sobre a cultura despótica que é dominante nos 360 graus da vida da federação.

 

Viver na ilusão.

A propósito deste assunto, deixa o redactor deste texto uma breve contribuição. Em Abril de 2021, a Prager U, uma organização conservadora americana de missão pedagógica, liderada por Dennis Prager, publicou este singelo post no seu canal do Youtube:

 

 

Ora esta pretensão, desajustada como está no espaço e no tempo, alienada como é perante todas as evidências, mereceu o seguinte comentário deste vosso criado, que deve ser lido no contexto pandémico que se vivia na altura:

Are you kidding me? Not anymore. Get real. You have a president that stole the election. You have a stasi of your own (you call it the FBI). You get fired for speaking your mind and cancelled for questioning social dogmas. You let corporate masters censor you and tell you what to think and what to believe. You are being conditioned to admit you’re a bunch of racist pigs and that your country was founded over slavery. You let your kids go through drag queen story hours and puberty blockers. Your press is a mockery of truth, independence and decency. Your courts are corrupt, your mayors are tyrants, your governors are awarded show business prizes for murdering people, your congress is dominated by left wing extremists that hate you and hate the country you once lived in. Your capital is surrounded by barbed wire as the government thinks you are the nations first and more dangerous enemy. Your military is a laughing stock, as its priorities are about equity instead of efficiency; and your diplomacy is a joke, as your ambassadors are ashamed to be Americans, refuse to defend your interests and are happy to serve the chinese communist party. You have atheistic priests who allow your right to religious practice to be taken away and you have replaced faith with social justice. You pay Netflix to brain wash you, CNN to insult you and the NBA to humiliate you. You worship Hollywood pharisees and prime time hypocrites and the elites that despise and oppress you. You have been under house arrest for an entire year and you surrended your right to earn a living. You have no free speech, no free will, no license to travel in your own country. They are about to take your guns away as they have already took your constitutional rights. Even the french, that once gave you that statue you seem so proud of, are now disgusted with the fascistic, nihilistic cesspool your nation has become. So, wake up for Christ sake. You are no longer the land of the free. You live under a totalitarian regime. And a damn draconian one.

Yeonmi Park, que sabe bem o que é viver em ditadura e que na verdade escapou de uma só para experimentar a mordaça de outra, confirma completamente este desabafo.