De acordo com o título rei da imprensa mainstream, os fogões a gás constituem um perigo enorme, mas um derrame massivo de químicos que foram usados como arma biológica na I Guerra Mundial é perfeitamente seguro.
Talvez não haja melhor exemplo de quão desonesta, partidária e inconsistente é a imprensa corporativa do que a comparação entre a abordagem que o The New York Times desenvolveu acerca dos fogões a gás e do desastre ambiental que ocorreu na linha ferroviária Ohio-Pennsylvania, na semana passada. De acordo com a a erudição deste órgão máximo da propaganda dos nossos tempos, os fogões a gás são profundamente preocupantes e perigosos, mas o apocalipse de East Palestine não.
Podemos ler neste pasquim, num artigo do mês passado:
“Os fogões a gás acenderam um debate em Washington, uma vez que provas crescentes mostram potenciais riscos para a saúde, incluindo uma ligação à asma infantil”.
A coluna foi uma das muitas inserções da imprensa corporativa feitas a mando dos Democratas para atiçar as chamas da histeria em torno dos fogões a gás.
Richard Trumka Jr., da United States Consumer Product Safety Commission, levantou a hipótese da proibição dos fogões a gás em Dezembro. Pouco tempo depois, uma efusão de estudos sobre a “ciência” pela qual os fogões a gás são perigosos começou a ser publicada na imprensa, e os legisladores democratas acompanharam o trend com afirmações delirantes que “os fogões a gás causam danos cerebrais” e que “os fogões a gás são racistas“.
Não há nada que não seja racista, bem entendido.
O pânico dos fogões a gás tem pouco a ver com a ciência, claro. É apenas uma manifestação esquizofrénica do poder tirânico da religião ambientalista, e aqueles que querem proibir o seu fogão não vão parar por aqui; vão depois querer proibir todos os aparelhos a gás. Porque esta gente está viciada em proibir.
No entanto, os meios de comunicação social nunca consideraram negativa a proibição do fogão a gás. Em vez disso, defenderam alegremente a proposta de Trumka e trabalharam para convencer o público de que os seus fogões a gás são uma irresponsabilidade ambiental e sanitária. Mas pouco tempo depois, quando até a Casa Branca se afastou da narrativa insana, os mesmos jornais que incendiaram o tema inverteram o rumo, assegurando que não haveria proibição, e que tudo isto foi um tópico produzido artificialmente pela “guerra cultural da extrema-direita”. O que hoje é verdade amanhã é mentira e vice-versa e há sempre um parágrafo de Orwell nestas histórias.
Naturalmente, quando o dever propagandista exigiu a minimização de uma crise ambiental e de saúde pública real – o derrame catastrófico de químicos tóxicos em Ohio – as redacções obedeceram de pronto. Depois do desastre do comboio que transportava todo o tipo de produtos perigosos, as autoridades evacuaram a Palestina Oriental e procederam a uma queima “controlada” do derrame, causando uma nuvem tóxica que ficou a pairar sobre a região de Ohio.
Dois dias após a queima, as agências governamentais disseram aos cidadãos que era seguro voltarem para casa, respirarem o ar e beberem a água. Mas desde que os residentes foram para casa, relataram ter tido dores de cabeça e olhos irritados e encontrado inúmeros peixes, animais de estimação e animais selvagens mortos ou a morrer.
É justo dizer que toda a situação foi tratada de forma desastrosa, indicando que os fanáticos do clima destas agências não se preocupam realmente com o ambiente. Todo o seu tempo e dinheiro vai para as “alterações climáticas”, o que se traduz em proibições de fogões a gás e imposições sobre os termostatos e políticas energéticas ensandecidas e empobrecimento dos cidadãos e restrições de toda a ordem. De facto, os histéricos da mudança climática são úteis para centralizar o poder no Estado e aumentar o alcance e a intensidade da sua fúria tributária. Mas um derrame químico com impacto no ambiente e na saúde das pessoas que vivem numa pequena cidade do midwest americano não serve as suas sinistras agendas.
Michael Regan, o administrador da EPA, fez este apelo: “Estou a pedir-lhes que confiem no governo”. E, acto contínuo, “confiem no governo” foi também a mensagem exacta do The New York Times, num artigo em que lemos esta manobra semântica:
“Depois de um comboio com material tóxico descarrilado em Ohio este mês, os comentadores da direita têm sido particularmente críticos da resposta governamental, usando a crise para semear desconfiança sobre as agências federais e sugerindo que os danos podem ser irreparáveis”.
Repare-se como o primeiro argumento do NYT é exclusivamente de ordem ideológica. Mas não. A desconfiança não vem dos “comentadores da direita”, vem das pessoas que vivem em East Palestine – as pessoas que relatam os efeitos de se ser envenenado por recomendação das agências federais.
O artigo, intitulado “‘Chernobyl 2.0’? Ohio Train Derailment Spurs Wild Speculation”, também afirma que aqueles que suspeitam que os reservatórios de água vitais que servem os estados a jusante do rio podem estar contaminados estão a fazê-lo “sem provas”.
Mas, mais uma vez, as “provas” de que a contaminação da água em East Palestine poderá afectar a qualidade dos recursos hídricos nos estados vizinhos provêm de relatórios directos da região, um dos quais foi divulgado pelo senador republicano de Ohio, J.D. Vance. O senador viajou para a East Palestine, onde gravou um vídeo perto de um riacho, mostrando peixes mortos, e até produtos químicos que brotam do fundo do leito do curso aquífero.
Visited a local creek in East Palestine today. These waterways are still very polluted. It’s time for Norfolk Southern to finish the cleanup. Check this video out: pic.twitter.com/4lsHBmrMJj
— J.D. Vance (@JDVance1) February 16, 2023
No vídeo, Vance desafia Michael Regan a beber a água da localidade, já que é supostamente tão segura. Vá-se lá saber porquê, Regan não aceitou o convite que, já agora, também devia ser estendido aos membros da redacção do The New York Times.
As reportagens dos meios de comunicação social corporativos sobre saúde pública, como acontece com tudo o resto, são selectivas, altamente politizadas e meticulosamente aderentes às narrativas que mais favorecem os seus mestres ideológicos. A diabolização dos fogões a gás e a concomitante desvalorização de reais catástrofes ambientais é apenas mais uma prova provada de que a imprensa convencional só merece desconfiança e desprezo.
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