Um limite individual de libertação de dióxido de carbono deve ser aplicado a cada cidadão a fim de se estabelecer uma “salvaguarda planetária” no esforço de combate às alegadas alterações climáticas provocadas pelo homem, argumentou um importante cientista alemão.

Hans Joachim Schellnhuber, do Instituto de Investigação do Impacto Climático de Potsdam (PIK), afirmou esta semana que cada pessoa deveria ter uma quota anual de três toneladas de emissões de C02 e aqueles que excedam este limite deveriam pagar para emitir mais.

Schellnhuber problematizou a questão dos direitos de propriedade, que são aqui fundamentais, afirmando que há duas questões concorrentes em jogo:

“O direito que cada um tem de gastar o seu dinheiro como deseja, e o direito do resto da população a ter um ambiente em que valha a pena viver”.

Num esquema de créditos de carbono, aqueles que emitirem acima do limite de três toneladas precisariam de comprar créditos privados àqueles que estão abaixo do limite, sugeriu o cientista:

“Cada pessoa recebe três toneladas de CO2 por ano, mas se precisar de mais, basta comprá-lo”.

Marxismo climático, em acção.

Actualmente, o alemão médio emite uma pegada de carbono muito acima do limite proposto por Schellnhuber, cerca de dez toneladas por ano. Em França, o Laboratório Mundial de Desigualdade de Paris fez as contas e há alguns milionários no país que produzem mais de 100 toneladas de CO2 por ano, e as elites em todo o mundo emitem carbono como se não houvesse amanhã, enquanto trabalham incansavelmente para “salvar” o planeta.

 

 

Para além de não enunciar claramente como espera que as pessoas reduzam drasticamente as suas emissões de carbono ou que encontrem no seu orçamento mensal ainda mais dinheiro para suportar acrescidos custos energéticos e de transporte, num contexto onde estes preços são já incomportáveis para milhões de famílias no Ocidente, o cientista alemão também não explicou como é que as emissões individuais serão exactamente rastreadas e monitorizadas.

Contudo, na reunião do Fórum Económico Mundial (WEF) do ano passado em Davos, o Presidente do Grupo Alibaba, J. Michael Evans, disse que o gigante tecnológico chinês está actualmente a desenvolver um “rastreador individual da pegada de carbono” digital para monitorizar as emissões do público. O antigo banqueiro da Goldman Sachs explicou muito claramente a sua tenebrosa ambição:

“Estamos a desenvolver através da tecnologia a capacidade de medir a pegada de carbono dos consumidores… para onde viajam, como viajam, o que estão a comer, o que estão a consumir na plataforma.”

 

 

A ironia escapa a Evans, dado que a reunião anual – cuja edição de 2023 se está a realizar esta semana – reúne milhares de jactos privados no aeroporto da estância de esqui suíça. Evans prosseguiu dizendo que a aplicação asseguraria que:

“As pessoas sejam incentivadas a fazer a coisa certa, mesmo quando lhes é dada a oportunidade de fazer a coisa errada”.

Porque J. Michael Evans é que sabe o que é certo e o que é errado. E o seu juízo moral terá que ser exercido sobre toda a humanidade.

Na sequência do lançamento na semana passada de um relatório sobre o futuro do governo conservador britânico, que apelava à proibição da venda de novas caldeiras de gás dentro de um prazo de dez anos, o líder do Brexit Nigel Farage contrapôs que o fascismo climático deste género de programas só servirá para tornar os cidadãos do Ocidente mais pobres, enriquecendo super potências de nula sensibilidade ambiental como a  China comunista.

“Estamos empenhados num acto de auto-flagelação. Estas políticas não nos trazem quaisquer benefícios económicos, tornam-nos todos muito mais pobres e, no entanto, os hamsters do Parlamento persistem em levar-nos na direcção do abismo. Não consigo pensar numa questão em que o público e os políticos estejam agora mais divididos”.