O domínio do Regime Covid pode ter desacelerado em 2022, mas a brigada da “pandemia para sempre” está de volta.
Quase três anos depois de os líderes e os burocratas e os agentes do capitalismo corporativo e os seus activistas da redacções da imprensa terem suspendido direitos, liberdades e garantias constitucionais e paralisado a economia, em nome da prevenção da propagação de um vírus respiratório com um índice de mortalidade marginal, o Regime Covid está progressivamente a reavivar a pandemia.
Nos Estados Unidos, a administração Biden, o establishment em Washington e a corporação de Wall Streat concederam que se deveria dar um fim aos anos de pânico pandémico.
“A pandemia acabou”, declarou o Presidente Joe Biden durante uma entrevista ao “60 Minutos”, em Setembro.
O domínio do Regime Covid sobre o país cedia ao calor do ciclo eleitoral de 2022, o que deu aos americanos a falsa esperança de que tudo estava finalmente a voltar ao normal. Pouco depois das eleições, no entanto, quando os Democratas se aperceberam que o Partido Republicano não era uma ameaça tão grande como se esperava, o medo de um novo “surto pandémico” foi retomado graças a uma nova variante.
“Devemos usar máscara novamente?”, perguntou um apparatchik do insuportável The Atlantic, em Dezembro. O artigo está repleto de comentários de “especialistas” que, ávida e unanimemente, respondem que sim, claro, para já as máscaras e depois logo se vê, talvez se consiga inventar um confinamento ou outro.
Entretanto a CNBC publicava um artigo, alguns dias antes do Natal, com esta manchete de recorte circense:
“Deveríamos usar máscara de novo, diz um especialista em doenças infecciosas: A tripla pandemia está a progredir demasiado depressa e é demasiado virulenta.”
O New York Times, claro, não ficou na expectativa e contribuiu para o regresso do medo com esta pérola do transformismo contemporâneo:
“O feriado triplodémico: Como voar com segurança (Dica: use máscara)”
E insistindo:
Quando os meios de comunicação social corporativos não estavam a recomendar aos seus leitores que ficassem em casa na véspera de Ano Novo, alegando que as urgências dos hospitais se encontravam lotadas e os médicos assoberbados, estavam a oferecer uma cobertura favorável dos brutais e forçados confinamentos na China comunista e a perguntar-se porque é que certos estados ou condados não estavam a seguir as recomendações do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças, acusando as comunidades dissidentes de níveis “elevados” de transmissão de vírus.
É por isso apenas normal que aqueles que fazem da sátira o seu ofício também tenham vivido em Dezembro dias atarefados:
As winter is upon us, the threat of the flu and covid have never been greater. Make sure to get yourself castrated.
— JP Sears (@AwakenWithJP) December 15, 2022
Apesar do legítimo escrutínio que o CDC tem recebido pela sua deslealdade com o povo americano e pela alergia que mostra aos factos, a sua insuportável directora Rochelle Walensky quase confirmou o compromisso da agência em reintroduzir protocolos que, de acordo com a ciência, não impedem a propagação da infecção. Disse Walensky numa entrevista à NPR, no início de Dezembro:
“Queríamos que guardassem as vossas máscaras, não que as deitassem fora”.
As escolas públicas de todo o país, do mesmo modo, estão a recuar. As evidências indicam que as máscaras prejudicam a capacidade de aprendizagem e i desenvolvimento da fala nas crianças. Isso não impediu alguns dos maiores distritos escolares de Filadélfia, Nova Jersey e Boston de reintroduzir o inútil método no início do semestre.
Algumas cidades, tais como Oakland, decidiram restabelecer os mandatos de máscara para edifícios governamentais. Outras estão a contemplar um regresso às máscaras a pedido dos chamados “peritos em doenças infecciosas”.
Os burocratas justificam estes mandatos inúteis e prejudiciais sob a alegação de que o aumento dos casos de RSV, gripe e Covid poderiam, combinados, sobrecarregar os hospitais locais. Soa familiar? Essa é a mesma desculpa que usaram para as “duas semanas para aplanar a curva” que acabou por manter o Ocidente paralisado durante a maior parte do ano de 2020.
Os mandatos de máscaras não são o único indicador de que o Regime Covid está a tentar voltar ao lugar do condutor. Biden, que manchou o antigo Presidente Donald Trump como xenófobo por ter introduzido uma política semelhante em 2020, decretou na semana passada que para entrar nos Estados Unidos, os chineses têm que fazer testes.
E a indústria de entretenimento faz o orquestral acompanhamento. Eis, naquilo que devia ser o prime time da televisão americana, Jimmy Fallon na sua verdadeira pele – a de palhaço rico – interpretando muito mal um tema musical muito bera que tem como refrão o nome da nova variante Covid-19. Preparem-se os leitores para um festival de constrangimento.
Good lord this sucks. 😂 talk about cringe. https://t.co/xVi9T9tsSw
— Catturd ™ (@catturd2) January 7, 2023
E como se não bastasse, o inevitável Anthony Fauci, ex-director do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, agora reformado e que esteve ausente dos ecrãs de televisão durante uns meses, voltou a aparecer nos meios de comunicação social do costume, pouco depois do dia das eleições intercalares, para fazer aquele que é o seu passatempo preferido: dizer aos americanos como é que eles devem viver as suas vidas.
A primeira ordem de trabalhos de Fauci foi avisá-los de que os Estados Unidos estão ainda e completamente infectados pela mesma gripe. Até à chegada do ano novo, ele já tinha papagueado mentiras sobre as mortes Covid em estados republicanos, num inventivo e descarado exercício comparativo com os estados democratas, mostrado total ausência de remorso ou arrependimento por encorajar os confinamentos, e justificado todos os seus erros com a “desinformação” e o fraco esforço censório das Big Tech (!). O virologista está de tal forma alheado da realidade que se vive neste terceiro calhau à volta do sol que é até capaz, sem se desmanchar a rir, de acusar os altos comissários de Silicon Valley de crimes praticados em favor da liberdade de expressão.
Os republicanos ameaçaram responsabilizar Fauci e outros porta-vozes da “pandemia para sempre” pelo caos que provocaram na saúde, na economia e na educação dos americanos. Mas enquanto o Partido Republicano, fracturado e frágil, que detém apenas uma estreita maioria na Câmara dos Representantes, se distrai em lutas internas e parece incapaz de reagir, o Regime Covid é encorajado a intrometer-se mais uma vez na vida dos americanos.
Dos americanos e não só, porque até aqui, no Portugal Minorca, temos delegados do Regime.
“O que acontece na China não fica na China. Wuhan foi a nossa lição há três anos. As consequências globais desta onda de 2022-2023 não serão pequenas”, lembrou o epidemiologista Eric Feigl-Ding.
Saiba mais: https://t.co/VJaslKN08J
📸 Cui Jun/Beijing Youth Daily/VCG pic.twitter.com/aXzSpgTWmR
— Expresso (@expresso) December 26, 2022
O estado de saúde dos portugueses é de facto preocupante, mas não por causa da ficção do Expresso. O drama é muito diferente.
Morreram 125 mil pessoas em 2022, mais 15 mil óbitos que o expectável, só se encontra paralelo com estes números em 1923 depois da gripe espanhola
Apenas 5,5% são atribuídos a Covid
Porque está a morrer tanta gente em Portugal? pic.twitter.com/S99aZTpKUP— Just me & my 🧠 👽🐝🐍 (@L_Duarte) January 3, 2023
A vontade de poder é uma droga dura, como toda a gente sabe, e enquanto os públicos se deixarem intimidar pela megafonia mediática dos poderes instituídos, a pandemia, ou a guerra, ou o clima ou uma invasão de extraterrestres serão sempre para sempre.
John Paul Watson, num daqueles clips carregados de memes e munições certeiras, faz o documentário vídeo sobre o fenómeno.
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