Faz hoje 50 anos que o homem pisou pela última vez a superfície do satélite natural da Terra. O ContraCultura marca a efeméride com o registo vídeo, agora remasterizado, da missão Apolo XI, que levou Neil Armstrong e Buzz Aldrin à primeira e imortal jornada na Lua.
Este filme dos últimos 15 minutos da alunagem da Apolo XI é indescritivelmente belo. Trata-se de um relato detalhado de cada segundo da descida e aterragem na Lua. O vídeo combina dados do computador de bordo para altitude e ângulo de inclinação com a película de 16mm que foi filmada durante toda a descida, a 6 fotogramas por segundo. O registo áudio foi dividida estereofonicamente em duas fontes. As transmissões ar/terra estão no canal estéreo esquerdo e o feed do controlo de missão está no canal direito. As legendas estão incluídas para ajudar à leitura das comunicações.
A complexidade de instruções e indicações entre os astronautas e Houston, a quantidade de variáveis a dominar em tempo real, o risco enorme e a pressão emocional decorrente da natureza pioneira da missão, contrastam loucamente com a incrível calma dos protagonistas e com a precisão técnica da operação.
Porque às tantas se percebe que o computador falha na determinação do local de aterragem, escolhendo uma zona muito irregular, Armstrong vê-se obrigado a activar o modo manual, quando tem pouco mais de um minuto para concluir a manobra. Com espantoso sangue frio, conduz o módulo lunar com mestria até uma área mais propícia e quando finalmente termina a gloriosa descida, sobram apenas 17 segundos de combustível. O contacto com a superfície é suave e tudo está bem. Houston respira fundo: a Águia aterrou.
Esta magnífica sequência, que tem um carácter quase arqueológico, quase sagrado, não pode ser mais épica. Não pode ser mais inspiradora. Não pode ser mais apoteótica. Não pode ser mais eloquente sobre o génio humano.
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