Dois dos pundits mais estimados pelo ContraCultura dedicaram-se nos últimos dias à mesma questão: devemos perdoar aqueles que protagonizaram os erros, os crimes, os abusos e os actos autoritários que ocorreram a propósito da gripe chinesa? É sequer possível moderarmos o juízo que fazemos sobre quem, a pretexto da saúde pública, interpretou os seus poderes como absolutos e as constituições como nulas, e os direitos dos cidadãos como um empecilho, e os princípios mais básicos da economia como irrelevantes, e a vida humana como escolho estatístico?

Não, não e não.

 

 

Não há perdão nem esquecimento. Nem para jornalistas, nem para políticos, nem para burocratas, nem para quem quer que seja que criou, implementou, defendeu ou colaborou com confinamentos e restrições e mandatos e vacinas e todos os demais horrores fascistas que nos últimos dois anos foram desenvergonhadamente perpetrados.

 

 

É que não faltava mais nada. Porque raio vamos agora ser tolerantes com criminosos?

Se calhar a melhor receita é sermos tolerantes com eles como eles foram tolerantes connosco. Sim, vamos ser tolerantes com os tiranos da pandemia como eles foram tolerantes quando coagiram milhares de milhões de pessoas a serem injectadas com uma terapia genética experimental, ineficaz e com efeitos adversos assustadores, que tiveram o cuidado de omitir e que estão a causar agora excessos de mortalidade em todo o planeta, numa hecatombe recordista. Vamos ser tolerantes como eles foram tolerantes com os não vacinados, que ostracizaram e vilipendiaram. Vamos ser tolerantes como eles foram tolerantes com medidas draconianas e restrições imbecis que contribuíram em nada para obliterar a progressão da doença, mas que conduziram decisivamente a um reforço dos poderes das oligarquias. Vamos ser tolerantes como as “autoridades” médicas foram tolerantes com as pessoas que morriam sozinhas, sem poderem ser visitadas sequer pelos familiares directos. Vamos ser tolerantes como médicos e enfermeiros foram tolerantes ao impedirem o acesso aos cuidados de saúde a grande parte da população, enquanto gravavam coreografias para o Tik Tok. Vamos ser tolerantes como os políticos foram tolerantes quando se rebolavam em orgias ao mesmo tempo que mandavam a polícia perseguir famílias nos parques infantis. Vamos ser tolerantes como os jornalistas que denunciaram publicamente os “incumpridores” dos mandatos mais surrealistas e serviram a propaganda os poderes instituídos com pressuroso desvelo. Vamos ser tolerantes com os burocratas que pressionaram instituições públicas e privadas a despedir os indivíduos dissidentes ou como os banqueiros, que aproveitaram os confinamentos, a paralisação da sociedade e o descalabro económico para fecharem balcões e despedir funcionários. Vamos ser tolerantes como os académicos que rebaixavam e insultavam a inteligência de alguém que duvidava das suas máximas “científicas” de plástico, firmadas em facto nenhum para além dos lucros brutais das farmacêuticas. Vamos ser tolerantes como os magnatas do capitalismo corporativo foram tolerantes a arruinar os pequenos negócios, a destruir o tecido sócio-económico das nações, a executar a maior transferência de riqueza na história da humanidade. Vamos ser tolerantes como os professores e os seus sindicatos foram tolerantes ao exigir o fecho das escolas. Vamos ser tolerantes como aqueles que enclausuraram e mascararam e vacinaram crianças e enfiaram gente em campos de concentração para infectados.

Sim, vamos ser tolerantes como eles foram tolerantes.

 

 

É preciso ter lata, para fingir que nada aconteceu. Que as nossas vidas não foram para sempre afectadas e manipuladas e condicionadas e empobrecidas por esta corja de ignorantes, maus actores, oportunistas e sicofantas.

Não, não e não. Não há esquecimento nem há perdão.

E se ainda existissem estruturas judicias válidas e independentes e integras, caberia aos tribunais julgar e condenar toda esta turba de sociopatas.

Se quiserem encontrar quem vos desculpe e quem vos salve dos crimes que cometeram, cambada de crápulas, vão à igreja. Cristo será capaz disso. Já aqui deste lado da barricada, não esperem senão aquilo que merecem: toda a hostilidade deste mundo.