Apesar de tudo o que aconteceu desde que os ingleses votaram em favor do Brexit, havia ainda uma ilusão de democracia no Reino Unido, mas esse véu foi agora levantado. Até a ilusão já não é sustentável. Nos corredores do poder britânico já não há sequer quem se preocupe em mantê-la.

No mês passado, o rei Carlos III assumiu a coroa. Como é público, Carlos tem estreitas ligações com o World Economic Forum e lançou o seu “Great Reset” logo no início da pandemia. Num tom quase ameaçador, afirmou na altura:

“Esta é uma oportunidade de ouro para aproveitar algo de bom desta crise. A menos que tomemos as medidas necessárias e construamos de uma forma mais verde e mais inclusiva e sustentável, então teremos cada vez mais pandemias.”

Ficou por se perceber o que é que a pandemia tinha a ver com formas mais verdes e inclusivas e sustentáveis de construção seja lá do que for.

Mas aparentemente, ter um Rei WEF não é suficiente. Era evidente que os globalistas também queriam um primeiro-ministro mandatado e controlado por Davos. O Reino Unido não tinha obviamente seguido o caminho correcto, talvez devido ao Brexit, talvez devido à indisciplina do eleitorado britânico, talvez devido à remoção precoce das restrições Covid, talvez devido ao carácter excêntrico e imprevisível de Boris Johnson, talvez porque Truss se recusou a consultar os senhores do universo da alta finança e se esqueceu de ligar a Klaus Schwab enquanto preparava o seu “mini-budget”, quem sabe?

Boris Johnson tinha sido removido e agora era a oportunidade perfeita para colocar um verdadeiro Internacionalista no lugar. Nos círculos de Elite, Rishi Sunak iria caminhar serenamente para o poder, como poderia ele alguma vez perder para Liz Truss? No entanto, as bases do Partido Conservador tinham outras ideias. Sendo a maioria deles fãs do Brexit e de Boris, não queriam Rishi como líder. 57% deles votaram no “Trussonomics” de Liz, muitos reclamando que Rishi, como Chanceler do tesouro, era o primeiro responsável pelo estado caótico das finanças do reino.

Todos nós sabemos como isso acabou. Os mercados voltaram-se rapidamente contra Liz, forçando-a a nomear o globalista Jeremy Hunt como chanceler, que rapidamente inverteu quase todas as políticas e promessas do manifesto de Liz. Ao fazê-lo, minou completamente o poder da primeira ministra, de tal forma que a única opção que ela teve foi a demissão, 44 dias depois de ter assumido o cargo.

Os mercados regozijavam-se, podiam agora colocar o seu homem no nº 10. A libra subiu de preço e os juros obrigacionistas desceram, indicando a aprovação dos mercados. Só restava um problema bicudo: Boris Johnson regressava e parecia ser o favorito. As taxas de juro sobre as obrigações do tesouro saltaram outra vez para as manchetes dos jornais.

Boris regressou das suas férias nas Caraíbas para iniciar a campanha de relançamento e num ápice recolheu apoios suficientes para ganhar a corrida.

Mas alguém sussurrou qualquer coisa ao ouvido do ex-primeiro ministro e no domingo ele anunciou que tinha mudado de ideias e que já não se ia candidatar a líder. O seu anúncio foi divulgado no preciso momento em que os jornais publicavam artigos dos seus aliados que explicavam como ele iria definitivamente ganhar e voltar a liderar o partido.

 

 

Aparentemente e pela primeira vez na sua carreira, Boris Johnson privilegiou o interesse nacional.

Os mercados aplaudiram, claro, as taxas de juro sobre a dívida do tesouro voltaram a descer e a libra voltou a subir.

 

Comportamento dos mercados financeiros entre 19 e 22 de Outubro. Da esquerda para a direita: Juros obrigacionistas quando Truss se demitiu, juros obrigacionstas quando Boris surge como favorito à sucessão, valor da Libra quando Boris desiste da corrida.

 

O que nos leva de volta a Rishi Sunak, que sempre teve a intenção de tomar a posição que Boris Johnson tinha deixado em aberto. Penny Mordaunt, que era a única outra candidata, tinha entretanto desistido também. A julgar pela votação que tinha levado Truss ao poder, os membros do Partido preferiram Penny a Rishi. Agora, sem permitir sequer que esses membros votassem, sem fazer um debate que fosse ou explicar pelo menos as bases do seu programa, Rishi instalava-se como primeiro-ministro. A monarquia consuetudinária sofria assim um golpe característico de uma república das bananas.

E quem é Rishi Sunak?

Depois de se graduar com distinção em Oxford, Sunak foi analista da Goldman Sachs entre 2001 e 2004, para depois se dedicar à gestão de hedge funds. Fez fortuna. Apesar de ser empático como um autómato industrial, é inteligente e disciplinado.

O seu pai, Narayana Murthy, é um bilionário indiano e fundador da Infosys. Em 2005, Narayana foi co-presidente do evento anual do WEF, juntamente com Bill Gates. A Infosys estabeleceu uma parceria com o WEF para fornecer serviços digitais que se assemelham a sistemas de crédito social do género chinês e identificações biométricas que são um dos cavalos de Troia do sonho distópico de Klaus Schwab. Por seu lado, Sunak é um defensor entusiasta da ideia de moedas digitais emitidas pelos bancos centrais.

 

 

A Infosys gere o esquema de identificação digital da Índia chamado Aadhar e a esposa de Rishi é proprietária de pouco menos de 1% da empresa. Esta percentagem pode não impressionar, mas significa que ela recebe 11,5 milhões de libras esterlinas em dividendos, todos os anos.

Na campanha que se seguiu à demissão de Boris Johnson, Rishi disse que durante a pandemia se tinha oposto aos confinamentos e desafiado a credibilidade dos modelos que os justificavam. Mas tendo sido nomeado Chanceler semanas antes dos primeiros lockdowns (e com apenas cinco anos de experiência na vida política), não os questionou.

Sunak fez chorudos investimentos na Moderna, mas recusou-se a dizer se iria lucrar com a vacina Covid.

As suas ligações ao WEF são públicas e conhecidas. Neste clip explica a sua “Agenda 30: Taxas verdes e obrigações soberanas verdes”, patrocinada pela organização presidida por Klaus Schwab.

 

 

Podemos também concluir que Rishi é a escolha dos globalistas, olhando para quem o apoiou e o que dizem dele.

Tobias Ellwood MP foi um dos primeiros apoiantes de Rishi a anunciar que “a experiência do mercado livre acabou e o reset começa agora”, antes de apagar rapidamente o seu tweet.

 

 

Tobias é membro do Global Thinkers Forum, Presidente do Comité Selectivo de Defesa e reservista na 77ª Brigada, a secção secreta da unidade de guerra de informação do Exército Britânico. Aqui está ele novamente a clamar pelo “Great Reset”.

 

Dois outros apoiantes de Rishi são Tom Tugendhat, Presidente do Comité dos Negócios Estrangeiros e Michael Gove, o principal fazedor de líderes em Westminster, que participaram ambos na reunião de Bilderberg, em Washington, no mês de Junho deste ano.

Declarações políticas ou individuais podem ser classificadas como disparates conspirativos ou puras coincidências. E há quem veja no processo de destituição de Truss e na ascensão de Sunak não mais que a consequência ruinosa das políticas financeiras levadas a cabo durante a pandemia, que colocaram os estados numa situação em que a austeridade é incontornável. Este ponto de vista é válido e o Contra-Cultura irá posteriormente dissecá-lo.

Mas as peças juntam-se com demasiada precisão para que o puzzle seja produto do acaso ou da contigência. É evidente que Rishi, inexperiente mas ambicioso, foi colocado no poder há alguns anos atrás, e rapidamente empurrado para uma posição proeminente, com a intenção de projectar a agenda elitista, globalista e totalitária dos poderes instituídos. É evidente que sucedeu um golpe de estado no Reino Unido, perpetrado pelos tubarões das altas esferas do poder político e financeiro. É evidente que o país escapou agora completamente ao controlo democrático das massas.

É evidente que, na perspectiva do marionetista Klaus Schwab, Rishi Sunak é o boneco perfeito, no teatro certo e no momento ideal.