Depois de uma rábula que durou meses, com avanços e recuos dos dois lados da contenda, Elon Musk vai mesmo adquirir o Twitter. Se a sua gestão vai ou não alterar alguma coisa no sentido de tornar a plataforma uma espaço aberto à liberdade de expressão, é outro tanto. O homem mais rico do mundo dificilmente será um guerreiro da liberdade: é um dos maiores amigos que a China tem nos Estados Unidos. Dificilmente será um cruzado da tradição judaico-cristã: está a investir seriamente em tecnologias que visam transformar e digitalizar o ser humano. Dificilmente será um exemplo de integridade: fez grande parte da sua fortuna a vender ao mundo a ideia que os carros eléctricos são ambientalmente neutros e energeticamente sustentáveis, quando é claro que não o são.
Mas não deixa de ser significativo que a esquerda tenha entrado em pânico com a notícia. Como o Twitter era um dos media que controlava a narrativa dos poderes instituídos, através da censura, da omissão e do condicionamento; através de restrições ao discurso e encerramento de contas dissidentes; através de algoritmos de base ideológica, de recomendações que conduzem invariavelmente a órgãos de comunicação social mainstream e de bots que amplificavam a mensagem woke e a defesa do elitismo globalista de que Silicon Valley é o centro nevrálgico, é natural que a apreensão de certos sectores apparatchik das máquinas burocráticas e corporativas do Ocidente se mostrem bastante apreensivas.
Os tempos em que o Twitter condicionava o acessso a informação determinante para os resultados eleitorais, como aconteceu nas presidenciais de 2020, com a censura aberta aos escândalos relacionados com o filho do actual presidente dos Estados Unidos, e com a suspensão da conta do antigo, é capaz de ter acabado. A utilização desta rede social para disseminar a ‘Mass Formation Psychosis’ a propósito da pandemia, obliterando informação pertinente sobre a eficácia das medidas governamentais e das vacinas e propagando sucessivas doses de desinformação sobre a Covid-19, também será, em princípio e a partir de agora, um pouco mais complicada. O constante silenciar de opiniões dissidentes poderá ter encontrado, nesta plataforma, o seu epílogo. E isso assusta claramente aqueles cuja agenda passava por esse draconiano e totalitário controlo da informação, numa cristalina demonstração da sua corrupção moral. Paul Joseph Watson desabafa sobre o tema.
Ainda assim, esta batalha pelo Twitter, no sentido de alterar a sua natureza soviética, é capaz de estar perdida à partida. Musk pode e vai ganhar dinheiro com a empresa. Pode e vai influenciar algumas das suas decisões estratégicas. Pode e vai chatear e incomodar muito boa gente. Pode e vai provocar alterações ao algoritmo. Mas dificilmente poderá anular o seu código genético. Tinha que despedir os quadros todos que lá ganham a vida. Tinha que reduzir o algoritmo a cinzas. E não é de crer que o rapaz tenha comprado uma boa parte da companhia do passarinho pidesco para a destruir.
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